O carro parou na frente de uma boate. Uma das mais badaladas de Seul. Havia uma fila quilométrica na entrada. Eles desceram do carro e o motorista seguiu para o estacionamento. Jiyong exibiu sua roupa de grifes e joias. Sandara estava graciosa com um vestido azul curto. Os dois entrelaçaram as mãos.Todos observaram. Seunghyun, se sentindo completamente incomodado, tirou os óculos escuros da jaqueta e colocou no rosto. Estava usando jeans social, jaqueta vermelha e uma camisa preta. Básico, mas ainda assim muito bonito.

Algumas garotas reconheceram Seunghyun e Jiyong da escola e começaram a cochichar. Jiyong acenou para alguém que estava no final da fila.

“É o Pete. Vamos até lá”

Os três caminharam até ele.

“E aí, KWrong?”, falou Pete dando um tapinha no ombro de Jioyng.

“Final da fila, Pete?”

“Foi o máximo que consegui”

“Pode deixar que eu dou um jeito nisso..Esperem aqui”

Jiyong foi até os seguranças que estavam na entrada.

Sandara fitou os olhos de Seunghyun. Não dava pra saber pra onde ele estava olhando. Ele estava quieto.

“E aí, Seunghyun? Como vai, cara?”, perguntou Pete.

Ele ficou alguns segundos em silêncio.

“Bem.. E você? Ainda faz aquelas corridas por aí?”

“Err, às vezes, sabe? Meio que por debaixo dos panos”

“Hmm, sei...Vocês ainda fazem aquelas apostas?”

“Quê? Tá maluco, cara? Fala baixo. Ninguém pode saber disso..”

Pete ficou nervoso.

Sandara não estava entendo aquela conversa, mas ficou atenta a cada palavra deles dois.

“É melhor tomarem cuidado. Soube que a polícia anda investigando isso..”, disse Seunghyun ajeitando os óculos.

“Você tem certeza disso??”, Pete perguntou aflito.

“Foi o que me disseram...”

Seunghyun virou o corpo para rua. Sandara admirou os ombros dele. O vento da noite balançava os cabelos dele. Ele estava pensativo, distante. Ela quis tocar nele, de alguma forma. Talvez se ela o tocasse toda aquela distância entre eles cessasse. O barulho dos carros, as pessoas conversando, as garotas rindo. Tudo isso foi esquecido. Somente o corpo de Seunghyun próximo ao dela naquele momento.

Então, ela estendeu a mão lentamente. Suspirou profundo. Queria sentir o corpo dele. A mão pequena seguiu sozinha quase até o ombro direito dele. Ele não percebeu porque estava perdido nos pensamentos.

“Vamos, pessoal!”, disse Jiyong quebrando o momento.

Sandara escondeu a mão rapidamente. Seunghyun voltou o corpo em direção a ela. Os dois se olharam. O rosto dele estava sombrio. Ela tentou encontrar os olhos dele por trás daqueles óculos, mas não deu. Droga! Aquela velha mania de se esconder atrás daqueles óculos.

“Não vamos ficar na fila?”, perguntou Sandara.

“Eu não fico em filas, meu bem”, JiYong falou com aquele tom debochado.

Ela procurou Seunghyun, mas ele não estava mais ali.

“Onde está o Seunghyun?..”

“Ele encontra a gente lá dentro. Não se preocupe”

Ela e JiYong entraram na boate. Antes de atravessar a porta, ela pôde escutar alguns cochichos.   

Estava lotado lá dentro. A música alta, muitos garçons, bebidas, o barulhos das pessoas conversando e rindo. O ar-concionado estava ótimo. Jiyong parou para conversar com alguém na recpeção. Sandara percebeu um casal que estava perto dela. Ela olhou tímida. Aquela cena era no mínimo constrangedora. Eles estavam praticamente fazendo sexo no meio de todo mundo. Ela virou o rosto, mas era impossível não notar aquele casal escandoloso.

“Jiyong?” ela o chamou.

Ele foi até ela. “Que tipo de boate é essa?”, ela perguntou.

“Não gostou? É a mais bem frequentada da cidade. Eu adoro vir aqui”

Ela segurou o braço dele e encostou lentamente a boca perto do ouvido dele. “Viu esse casal atrás da gente?”, ela falou.

Jiyong deu uma olhada para trás.

“Quer ir pra uma parte mais tranquila?”

“Sim”

Os dois seguiram para um dos camarotes. Jiyong acenou para algumas pessoas enquanto subia as escadas. O lugar era realmente muito bonito. O carpete vermelho lembrava suítes luxuosas. Mulheres muito bonitas e arrumadas. Os homens, impecáveis. A maioria, jovens. Talvez a escola inteira também estivesse lá. Toda a alta sociedade de Seul também.

Finalmente eles chegaram a um camarote. “Quer beber alguma coisa?”, ele perguntou.

“Um refrigerante”, ela falou observando a multidão lá embaixo.

........

Onde estava o Seunghyun? Sandara tentou encontrá-lo na multidão. Nenhum sinal dele. “Onde será que ele está?”, ela pensou.

Jiyong cumprimentou um casal de amigos que se aproximou da mesa. Eles começaram a conversar. Sandara estava olhando para a pista de dança. “Quer dançar?”, ele perguntou.

“Não, não..”. ela ficou tímida.

“Pode ir comigo. Quero companhia”, falou a namorada de Simon, amigo de Jiyong.

“Porque não vai com a Suzie, Sandara? Ela é ótima dançarina..”, disse Simon. Sandara ficou sem graça.

“Porque você duas não vão se divertir um pouco?”, falou Jiyong.

Susie puxou Sandara pela mão e as duas saíram.

Os casais perto da pista de dança formavam um cordão. Estava lotado, mas dava para andar tranquilamente entre as pessoas. Quando chegaram bem no centro da pista Jiyong e Simon acenaram pra elas. “Dá um tchauzinho pra eles”, Suzie disse. Sandara acenou sem graça.

Suzie, que tinha longos cabelos pintados de loiro, estava usando um vestido preto colado. Ela era muito bonita. Não parecia ser uma colegial. Deveria ter entre 19 ou 20 anos. Ela realmente dançava muito bem. No começo, Sandara estava bem tímida, mas foi logo se soltando e imitando os passos dela. As duas começaram a dançar uma múscia pop agitada.

A multidão ao redor gritava o nome do DJ da noite, que parecia ser bem conhecido. Suzie esbarrou num homem. Ele pediu desculpas e os dois sorriram juntos. “O que faz aqui, Su?”, ele falou. Os dois se distanciaram um pouco e Sandara não percebeu porque estava numa verdadeira sintonia com a música.

Foi naquele momento que ela não pensou em nada. Apenas se deixou lavar pelas batidas da música. Ela fechou os olhos e não percebeu quando Seunghyun parou bem na frente dela. Ele tocou levemente nos cabelos dela e puxou-a pelo braço. “Vem comigo”, ele falou encostando o lábio no ouvido dela. Sandara se assustou e seguiu-o.

Os dois sumiram no meio da multidão.

Até que pararam próximo a uma escada.

“Acho que aqui tá bom”, ele falou pressionando o corpo dela. Sandara ficou arrepiada.

“Seunghyun... Onde estava?”

“Por aí....”

“O que houve?...”, ela falou. Ao mesmo tempo sentia a respiração dele.

“O que aconteceu entre você e o Jiyong?”

“Quê?”

“Eu quero saber..Vai me contar ou não?”

“Porque está falando assim comigo? Não sei do que está falando..”

“O que vocês estavam fazendo no quarto?”

Ela ficou gelada.

“Nada. Porque está me perguntando isso?”

“Tem certeza que não rolou nada?”

Ela olhou espantada.

“Claro que não. Que pergunta estranha é essa?”

“Deixa pra lá... Eu sou um idiota mesmo..”, ele abaixou a cabeça.

Sandara acariciou o ombro dele.

“Você não é um idiota! Só é um pouco estressado..”, ela sorriu.

Um casal apaixonado esbarrou neles.

Sandara ficou envergonhada.

Outro casal escandaloso.

“A gente podia fazer o mesmo que eles...”, ele falou.

Os lábios de Seunghyun tocaram os de Sandara lentamente. Ela sentiu aquele gosto de chocolate. Estava escuro. Dava pra confundi-los com qualquer outro casal daquela boate. Os dois se esonderam num vão que ficava entre a escada e parede. Era estremamente escuro. O esconderijo perfeito para eles.

“Seunghyun... Não podemos ficar aqui..”, ela sussurrou entre os beijos dele. Ele conitnuou beijando. Aqueles beijos eram como a música da noite. Quente e apaixonante.

Mas espera. Não era ariscado demais? Beijar o Seunghyun debaixo do nariz de Jiyong? “Oh Meu Deus! O Jiyong!”, ela o interrompeu.

“Não. Sou eu. Seunghyun” ele falou de um jeito infantil. Sandara não conseguiu deixar aqueles lábios. Era impossível resistir ao toque dele. E eles se beijaram novamente.

Até que um segurança quebrou o silêncio. “Ei? Não podem ficar aqui.. A área privê é lá pra cima”, ele falou. Os dois se assustaram. Sandara ajeitou o vestido.

“O que ele quis dizer com área privê?”, ela perguntou inocente.

“É aonde os casais vão para ficar mais à vontade..”

Ela ficou vermelha.

“É melhor eu voltar pra mesa. Jiyong deve está me procurando..”

Seunghyun puxou o braço dela. Trazendo a mão dela para dentro da jaqueta dele.

“Espera.. E o que você queria conversar comigo? Lembra que tínhamos um encontro?”

Ela o segurou. Fazia isso pra se sentir mais segura. Estava nervosa.

“Err, eu não tive tempo de te avisar... O Jiyong apareceu do nada lá em casa..Tudo aconteceu tão rápido. Então, eu pedi que ele te convidasse..”

“Você fez isso? E ele não achou estranho?”

“Um pouco.. .Escuta, precisamos nos encontrar em outro lugar. Aqui não dá pra conversar..”

Ele tentou beijá-la novamente, mas Sandara o empurrou levemente com a mão.  

“Qual o problema?..Não estava com saudade de mim?..”

“Sim. Muito.. Mas é que...”, ela se perdeu novamente entre as palavras.

“Porque a gente não sai daqui? Vamos pra outro lugar..Podemos ficar juntos”

“O que? Não posso fazer isso. Seunghyun.. Não posso simplesmente fugir. E o que diria pro Jiyong depois?”

“Porque não? Depois a gente pensa em uma desculpa qualquer..”

“M-mas e o Jiyong? Não posso deixá-lo..Você tá maluco?”

“Porque insiste com isso, Dara? Você gosta tanto dele assim?”

“Err... Sim... Quer dizer...”

Ele balançou a cabeça.

“Eu sou realmente um idiota!”

Ele os óculos escuros. Aquele semblante frio novamente.

Sandara ficou confusa.

Ela tentou impedi-lo, mas não conseguiu.

“Seunghyun...Espera...Onde você vai?”

Ela viu Seunghyun atravessar a pista de dança até sumir novamente.

“Ei, Sandara? Estava te procurando. Vamos beber alguma coisa?”, disse Suzie se aproximando dela.

......

Os olhos de Sandara percorreram toda boate. Nenhum sinal daqueles olhos negros. Jiyong e Simon estavam em outro camarote conversando com um grupo de amigos. Ela observava os movimentos dele à distância. Era como se ela estivesse tentando descobrir o que tanto ele conversava.

A música parou. E houve o primeiro blackout da noite. Alguns segundos de plena escuridão. Alguma coisa tocou levemente o cabelo dela. “Sandara? Onde está você?”, gritou Suzie. “Estou aqui”, Sandara respondeu. Novamente alguém tocou no cabela dela. Ela sentiu um arrepio. Quando a música e as luzes voltaram, ela levou um susto.  

“Jiyong?”, ela quase sussurrou.

“Cheguei!”, ele puxou-a pela cintura e a abraçou.

“Era você?” ela perguntou.

“Onde?”

“Durante o blackout?”

“Não. Porque?”

“Errr... Deixa pra lá..”

Ele acariciou a cintura dela, cheagando até os ombros. Ela ficou nervosa.

“O que houve com o seu batom?”, ele perguntou.

“Quê?”

Sandara literalmente parou de respirar.

“Err... Ah, meu batom? Deve ter saído quando tava tomando refrigerante..”

“Estava tão bonita com ele... Que pena porque não fui eu quem tirei... Mas não tem importância..” ele segurou-a bem firme nos braços. Até que aconteceu o segundo blackout.

Apenas alguns segundos.

Alguns segundos...

As luzes voltaram.

E Seunghyun estava ali, como aqueles dois olhos negros.

Ele viu tudo.

Viu quando Sandara e Jiyong se beijaram.

E aquele beijo deveria ter sido bem romântico porque os dois continuaram abraçados.

Aquele sorriso infantil que se formou na boca de Jiyong deixou Seunghyun quase sem respirar.

Não. Ele não estava cego. Dava pra ver perfeitamente. O blackout foi apenas um pretexto. Sim! Era tudo verdade.

Sandara e Jioyng era um casal. E Seunghyun ainda não tinha se dado conta disso. Será que as palavras de vovó May estavam certas? Será que tudo aquilo não passava de ilusão? “Eu sou um idiota!”, ele falou.

Seunghyun estava encostado no bar. Seus olhos não desgrudavam dos dois. Era como uma obssessão, um karma. De qualquer forma ele tinha que estar ali. Vovó May confiou nele. A confiança e a admiração dela era a única coisa boa que ele tinha naquele momento. Porque, Sandara.... “Ela gosta dele..”, ele concluiu.  

Alguém tocou no ombro dele.

“Oi?..”.

Ele virou imediatamente.

“Oi”

Uma garota se aproximou dele. Ela era tão bonita.

“Está sozinho?”

“Mais ou menos..”

Ela ficou do lado dele.

“Como é que alguém como você fica sozinho... Acho um desperdício”

“Pode acreditar. Estou melhor assim..”

Ela tocou na mão dele. Seunghyun realmente notou a beleza da garota. Ela tinha lindos olhos, cabelos negros.

“Agora não está mais sozinho. Vou ficar com você”, ela virou o rosto dele e lhe deu um beijo.

Seunghyun a empurrou.

“Ei? O que está fazendo?”

“Você disse que estava sozinho..”

“E estou. Mas isso não quer dizer que eu quero ficar com você”

Ele limpou os lábios. O beijo dela tinha gosto de álcool.

“Tudo bem. Que tal se eu pagar uma bebida pra você? Você me desculpa?”

“Não, obrigado”

“Ah deixa de ser difícil. É só um drink. Só isso. Depoi eu juro que irei te deixar em paz...”

Ele susprirou. Era tudo ou nada. Olhou novamente para Sandara e Jiyong na pista de dança. Os dois estavam felizes, sorrindo. O corpo dela ainda estava grudado nele.   

“Tudo bem” ele falou.

A garota pediu dois drinks ao bartender. Ela ficou encarando.

“Você é sério assim mesmo ou tá chateado com alguma coisa?”, ela perguntou.

“As duas coisas..”

Ela pegou os dois drinks e continuou olhando pra ele. Era como se estivesse estudando o corpo dele. Seunghyun continuava olhando para a pista de dança.

“Aqui o seu drink..”

Ele pegou o copo. Ficou alguns segundos olhando. Analisando toda aquela situação. Ele teve medo de sofrer algum tipo de recaída.

“Não vai beber?”, ela perguntou tomando um gole do próprio drink.

Então, ele tomou o primeiro gole. Sentiu o gosto forte da bebida.

“Você é lindo, sabia?”, ela disse.

Seunghyun virou para ela. Ele deu um pequeno sorriso.

“Lindo mesmo. Não é possível que não tenha ninguém.. Vamos. Me fala. Quem é ela?”, ela perguntou.

Ele debruçou os cotovelos no balcão e tomou mais um gole do drink.

“Não é da sua conta” ele falou com uma voz rouca. A garota se sentiu intimidada. O bartender observou os dois enquanto preparava bebibas de outros clientes.

“Gosto desse seu jeito bruto. Eu me apaixonaria facilmente por você”

Ele sorriu.

“O que você tem na cabeça heim, garota?”

Ela mergulhou um dedo dentro do copo e molhou sensualmente os lábios. O bartender não parava de olhar. Seunghyun puxou-a pela cintura. A respiração dele a deixou atordoada. Ele se aproximou mais, quase beijando.

“O que pensa que está fazendo?”, ela interrompeu.

“O que você acha?..”

“Não. Não. Vai ter que me levar lá pra sala prive primeiro” ela falou.

Ele soltou o corpo dela, tomou os últimos goles do drink e puxou-a pelo braço. Os dois subiram para as salas privê.

O bartender sorriu.

Seunghyun e a garota atravessaram o corredor vermelho que dava acesso à parte privativa. Até que eles encontraram uma. Aquele gosto forte do drink queimava por dentro. Ele sentiu um desconforto.

“Então...O que vamos fazer aqui?”, ela falou puxando-o pela jaqueta. Ele sentiu como se uma nuvem de fumaça estivesse em volta dela.

“O que disse?”, ele perguntou. Ela o empurrou até a poltrona. Ele se jogou. Era como se ar estivesse diminuindo naquele lugar. O rosto dela estava diferente.

“Eu perguntei o que vamos fazer aqui?... Você é sempre assim distraído, Seunghyun?”, ela disse com uma voz melosa. Os olhos dela tinham um brilho diferente. Ele apertou os olhos, mas a visão estava ficando turva demais.

“Como sabe o meu nome?”, ele perguntou atordoado.

“Eu não sei seu nome. Você não me falou ainda...”

Ela deiotu por cima dele. E foi acariciando o corpo dele lentamente.

“É Seunghyun...”, ele disse quase sussurrando. A voz dele estava pesada. Não teve forças para erguer o corpo.

“O meu é Sandara”, ela tocou no rosto dele que estava pálido.

“San-da-ra? Sandara?...”, ele balbuciou o nome até perder os sentidos.

......

Jiyong estava precupado.

“Onde será que o Seunghyun se meteu heim?”

“Eu vi ele com uma garota ainda pouco”, disse Pete. “E ela era maior gata..”

“Menos mal. Pelo menos ele não está bebendo..”

“Err, sinto te dizer, Jiyong, mas ele estava segurando um copo de bebida.. Foi o que eu vi..”

Jiyong ficou realmente preocupado. Sandara voltou do banheiro. Ela percebeu a tensão do namorado.

“O que houve?”

“O Seunghyun... Parece que tá bebendo..”

“Quê?”

Sandara ficou aflita.

“Ele estava com uma garota, então talvez ele não faça nenhuma besteira.. Espero”

“Ele estava com uma garota?”, ela perguntou.

“Sim! Maior gatona! O Seunghyun sempre pega as mais bonitas. Assim não dá..”, disse Pete.

Sandara sentiu um aperto no coração. Uma dor muito forte. Quase falta de ar. Sentiu uma vontade enorme de chorar, mas conteve-se. Ela sabia que ele estava furioso depois que foi dispensado por ela, mas daí pegar a primeira que encontrar pela frente? Não. Esse não era o Seunghyun que ela conhecia.

“Err, Jiyong. Eu quero ir pra casa..”

“Tão cedo assim? Porque?”

“Eu não tô me sentindo bem..”

Ela quase desmaiou. Jiyong a segurou.

“O que houve Sandara? Você está bem?”

“Não. Acho que é a multidão...”

Jioyng segurou a mão dela.

“Está gelada. Vamos até a sala prive..”

“Não!”

“Qual o seu problema? Vamos pra lá. Você pode descansar um pouco”

“Tudo bem”

Pete acenou para Jiyong.

“Ei, cara? Aonde vai?”

“A Sandara não está se sentindo bem.. Vou ficar com ela na sala privativa..”

Pete fez uma cara debochada e fez gestos obscenos. Jiyong olhou pra ele e falou baixinho “Cala a boca!”.

.......

Sandara estava com a cabeça no colo de Jiyong. De olhos fechados. Ele fazia carinhos no cabelo dela. Um garçon entrou trazendo uma badeja especial. Ela sentiu um cheiro diferente ergueu a cabeça.

“O que é isso?”, ela perguntou.   

“Sushi. Pedi pra você. Gosta?”

“Sim..”

“Então, pode atacar!”, ele disse de um jeito engraçado. Sandara continuava séria. Ele percebeu a distância dela.

“O que você tem? Está assim desde quando chegamos..”

“Acho que eu não deveria ter vindo”

“Porque? Tem o direito de se divertir como todo mundo...Além do mais, você é minha namorada, quase esposa. Quero te levar a todos os lugares que gosto de ir”

Ela olhou para ele. Jiyong estava sempre todo empolgado com o namoro. E ela, sempre indiferente. Mas os pensamentos dela estavam no Seunghyun. E na garota que estava com ele. Não parava de pensar nisso. Ela pegou uma peça de sushi e comeu devagar. Não teve a menor vontade, mas comeu mesmo assim.

“Que bom que gostou. Está mais coradinha. Você me assustou, sabia? É a segunda vez que te vejo desmaiando..”

“Desculpa estragar a sua noite. É que fiquei realmente sufocada”

Ele sorriu.

“Não se preocupe com nada. Está tudo bem agora! Ainda quer ir embora pra casa?”

“Quero. Tô um pouco cansanda..”

“Tudo bem. Só preciso encontrar o Seunghyun...”

Ela ficou gelada. Jiyong pegou o celular e discou o numero dele.

“Não!”

“Não o quê?”

“N-não ligue pra ele. Vamos pra casa. Talvez ele queira ficar mais um pouco com a garota..” ela disse aquelas palavras dolorosas. O caração dela estava aflito.

“Hmm, é verdade, Sandara. Talvez ele queira mesmo ficar com ela.. Esse Seunghyun... A Minji nem pode sonhar que ele está aqui. Muito menos com uma garota..”, ele disse bloqueando o celular.

“Podemos ir, então?”

“Sim. Vamos”

Os dois desceram as escadas e seguiram para a recepção. Jiyong parou no balcão para fazer o pagamento.

Sandara tentou não olhar ao redor. E se eles estivessem lá? Não. Melhor não olhar essa cena deprimente. Os olhos dela estavam vermelhos. As lágrimas que teimavam em derramar. Ela respirou fundo. Não podia chorar na frente do jiyong. O que ele ia pensar? O coração estava apertado. Mais um blackout. Ainda bem. Assim ninguém a veria chorando.

Sandara enxugava o rosto enquanto todos se divertiam na escuridão. Quando as luzes voltaram, os olhos dela arderam. Ela suspirou fundo e não olhou mas para trás. 

“Pronto! podemos ir agora..”, disse Jiyong.

Ele percebeu o rosto dela pálido.

“O que houve? Está tudo bem?”

“Sim... Eu só quero ir pra casa...”, ela quase chorou de novo.

E antes que os dois atravessassem a porta de saída aconteceu uma coisa.

Algumas pessoas correram.

Os seguranças também.

Gritos.

“O que está acontecendo?”, ele perguntou a um segurança

“Briga. Sempre tem..”

“Então é melhor irmos pra casa mesmo, Sandara”

Ele pegou a mão dela e mais uma vez foram interrompidos.

“Jiyong!!! Jiyong!!!! Vem aqui! É o Seunghyun!!!”, gritou Pete.

“O quê? O Seunghyun???”

“Sim!!! Parece que ele se envolveu numa briga!!!”

Sandara ficou em pânico.

Ela ficou parada.

Não sabia o que fazer.

Jiyong correu para o meio da confusão.

Ela ouviu barulho de garrafas quebrando.

Muita gritaria.

O que estava acontecendo afinal?

Ela correu até lá.

 “Afastem, por favor!”, disse um segurança.

“O que houve com ele?”, perguntou Jiyong.

“Não sei.. Foi muito rápido. Ele brigou com alguém e depois caiu desacordado. Você é amigo dele”

Jiyong se afastou. Colocou os óculos escuros.

“Não. Não conheço ele”

Sandara chegou correndo.

Ela não viu quando Jiyong se afastou da multidão.

E o que ela viu a deixou em choque.

“Oh Meu Deus! Seunghyun!!!!”, ela se jogou de joelhos no chão perto dele. Tocou no corpo dele. Nenhuma resposta.

“Seunghyun??? Seunghyun???? Responda, por favor!!!!”, ela começou a gritar.

Todos observaram o desespero dela. Alguém ligou para ambulância.

Sandara chorava sem parar.  

Um segurança segurou o pulso dele e fez um sinal nagativo com a cabeça.

“O que foi? O que ele tem? Fala!!!!”, ela perguntou desesperada.

“Não está respirando!”

“O quê??? Tenta de novo! Você é medico? Não pode ter certeza..”

Ela sentiu a pior sensação do mundo. Era como se estivesse perdendo todos os sentidos. O coração dela quase parou de bater. Ela pôde sentir os últimos suspiros de Seunghyun. O rosto dele estava pálido. Mas a pele coninuava quente.

NÃO! Não era possível! Ele não podia estar morto! Não!!!!!

Alguns segundos separaram a vida de Sandara e o socorro de Seunghyun.

A ambulância chegou na hora.

Os para-medicos foram tão ágeis que ela não percebeu quando Seunghyun começou a receber massagem cardíaca. Era como se ela estivesse morrendo junto com ele. Enquanto ela não escutou um sopro de vida dele, ela permaneceu imóvel.

Foi quando ele voltou! SIM! Seunghyun estava respirando!

Os sentidos de Sandara voltaram. Ela pôde sentir a respiração dele. Os para-medicos o encheram de fios e o colocaram numa maca.  

“Ele vai ficar bem?”, ela perguntou aflita.

“Esperamos que sim... Você é o que pra ele?”, um médico perguntou. Ela ficou tonta.

“Namorada...”, ela disse quase chorando.

“Precisamos do endereço dele, da família. Pode pode informar o telefone da casa dele?”

“Sim”

Ela conseguiu passar as informações ao médico.

A ambulância seguiu para o hospital.

Sandara ficou com o coração batendo tão forte que chagou a doer.

Ela seguiu até a saída.

Onde estava o Jiyong?

Até que ela o encontrou, encostado no carro.

“O que aconteceu com você, Jiyong? Sabia que o Seunghyun está muito mal. Ele quase morreu”

“É o que ele anda procurando: morrer!”

“O que você disse? Como tem coragem de falar uma coisa dessas?”, ela ficou tão chocada que não conseguiu acalmar o próprio coração.

“Sandara, o Seeunghyun se perdeu! Ele é um drogado. Bêbado e drogado”, ele falou de um jeito frio. Ela olhou bem dentro dos olhos dele.

“Eu não acredito no que estou ouvindo... Você abandonar o próprio amigo no momento que ele mais precisa?

“Não é isso... Não é nada disso. Você não entende. O Seunghyun sempre faz isso. Ele está sempre se envolvendo em confusões.. Acha mesmo que eu não preocupo com ele? Eu sempre o ajudei. Mas chegou a ponto que não dá mais para ajudá-lo..Acredite, ele está cavando a própria cova..”, ele falou. Aquelas palavras fortes de Jiyong causaram espanto nela. Ela congeou diante da frieza dele.

“Como pode acreditar que o Seunghyun possa esse monstro?...”

“Eu preciso acreditar... Ele me mostrou”

Sandara guardou os documentos de Seunghyun, que estava segurando. As mãos dela ainda tremiam. Colocou a bolsa no ombro e seguiu para avenida.

“O que está fazendo?”, ele perguntou.

“O que acha que estou fazendo? Vou ao hospital”

Ela se posionou para pegar um táxi.

“O quê? Porque você tem que ir?”

“Porque? Porque eu não vou deixá-lo sozinho”

Ele suspirou impaciente. Não estava entendo aquela reação de Sandara.

“Porque está fazendo isso? Gosta tanto dele assim?”

“Claro que sim!”

Ela respondeu firme. E não teve dúvida que era ela quem deveria estar lá do lado dele.

“Você está zangada comigo... Eu sei..Olha, Sandara. Tudo o que eu falei é porque eu tenho medo. Por mim e pelo Seunghyun. Você sabe as consequências disso? O que o meu pai vai pensar sobre isso? Porque você sabe sobre o meu futuro na política..”

“A droga da política é mais importante que o seu amigo? É isso?..”, ela falou irritada. Jiyong realmente ficou espantado com aquelas palavras dela.    

 “Não foi isso que eu falei..”

“Não precisa falar mais nada, Jiyong...”

Ela fez sinal para um táxi. Antes de ela entrar no carro ele segurou o braço dela. Os dois se encararam. Ele percebeu um brilho diferente no olhar dela. Eles não falaram mais nada.

Sandara seguiu para o hospital.

.......