Cap. 12 – “Minji e as regras de como enlouquecer um noivo em 10 dias parte 2”
[Música para ouvir: I love the way you lie ~ Skylar Grey feat. Eminem]
Seunghyun tomou um último gole.
O barulho do gelo trincando.
Aquele perfume francês no ar.
Era como o cheiro mais puro de rosas.
“Onde estou?”, ele se perguntou.
Não dava pra enxergar direito.
Vultos passeavam na cabeça.
Ele estava deitado numa cama.
Ergueu o corpo devagar.
De repente, uma voz doce.
“Your eyes are so beautiful sweetheart!”
Ele apertou os olhos.
Não adiantou.
Continuou turvo.
“Professora Mary Anne?”, ele perguntou.
Ela estava usando a bata da escola.
Somente a bata.
Seunghyun apertou os olhos novamente.
A professora balançou o cabelo e acariciou o rosto dele.
“Baby I can be your sexy teacher”, ela aproximou os lábios lentamente.
Seunghyun caiu no chão.
“Droga!”
Ele não conseguiu levantar do chão.
Lento demais.
Mais que droga estava acontecendo?
“O que está fazendo Seunghoney?”
Aquela voz manhosa.
Quase infantil.
Ele ergueu os ombros lentamente.
Dava pra contar quantos furos tinha aquela meia-arrastão preta.
“Minji? É você?”
Ele escorregou para trás.
“Claro que sou, meu amor. Quem mais poderia ser? Eu sou a sua noivinha querida. Mãe do seu filho”
Seunghyun balançou a cabeça.
E tudo girou.
Minji ergueu o corpo pesado dele.
Ele deitou novamente na cama.
Novamente aquele perfume adocicado.
“E-eu não quero. E-eu não quero, Minji..”
Falou com a voz pesada.
“N-não quero. N-não quero casar com você, Minji”
Aquele cheiro adocicado desapareceu.
E ele sentiu um cheiro diferente no ar.
Amêndoas.
Não, não.
Era cheiro de chocolate.
De bolo fofinho de chocolate.
Seunghyun sentiu um toque leve.
Ele abriu os olhos.
“Seunghyun...Como pode me confundir com a Minji? Eu sou a Dara”
Ele apertou os olhos.
Espera!
Era mesmo a Dara.
Aqueles cabelos negros.
Ele reconheceria aqueles cabelos em qualquer lugar.
“Dara? É Você? Que bom que está aqui..”
Ele tentou tocá-la, mas o rosto dela foi desaparecendo lentamente no ar.
“DARA! DARA! DARAAAAA!!!”
Seunghyun despertou. Desta vez, de verdade.
“Mais que droga de sonho foi esse???”
Seunghyun tinha adormecido em cima dos livros na mesa do computador.
Ele ficou estudando até tarde. Não adiantou muito. Não dava pra conciliar estudos, noivado, o bebê e três mulheres naquela cabeça.
Sim! Três mulheres.
TRÊS MULHERES??
“Que história é essa, Seunghyun? Você não dá conta nem de uma, imagina 3? ” , ele pensou.
06:00 da manhã. Melhor tirar aquelas ideias da cabeça. Hora de ir pra escola. Menos de 3 horas para a prova de cálculos.
[...]
07:15 da manhã.
Não muito longe dali, quase chegando à casa da Sandara, Jiyong se exibia no seu Toyota Crown branco.
Claro, se tinha três coisas que ele mais amava na vida era: a namorada, o carro e ele mesmo. Mas naquele momento, nada era mais importante do que ultrapassar alguns limites de velocidade. Principalmente quando ele encontrava Pete, um amigo, no meio do caminho. Pete, também filho de um político influente, organizava rachas proibidos em estacionamentos de shoppings na cidade. Jiyong parou de frequentar as competições por ordem do pai. Aquela história de ‘ter que dar o bom exemplo’. Mas a verdade era que ele adorava velocidade, estava no sangue.
Os dois carros ficaram lado a lado na estrada.
“Fala, KWrong! O que está fazendo por aqui?” *KWrong era o apelido de Jiyong nas competições*
“Fala, Pete! Tô atrasado cara. Tô indo buscar a minha namorada”
“Aquela garota? A Sandara?”
“Sim. Ela mesma”
“Sei. A gata borralheira...”, Pete falou. A garota que estava sentada no banco carona olhou pro Jiyong de um jeito esquisito.
“O que você disse, Pete?”
“Ei, cara. Dizem por aí que você anda fazendo caridade e tá ajudando os pobres. É verdade?”, Pete falou baixinho.
Jiyong franziu a testa.
“As pessoas sempre falam de mim. Não me importo”
Pete acelerou e ultrapassou Jiyong.
“Tá mudado mesmo, heim? Não consegue mais correr?”, Pete desafiou.
Jiyong apertou o volante com força.
Respirou fundo.
Ajeitou os óculos escuros.
Deu um sorrisinho
E acelerou nervoso.
“Idiota! Eu sou o melhor. Esqueceu?”
Jiyong correu entre os outros carros.
Pete gritava enlouquecido entre as ultrapassagens.
Jiyong não pensava em mais nada, somente em vencer aquele idiota.
O chaveiro do Papa-léguas balançava sem parar. Vale lembrar que aquele foi o presente de aniversario de Sandara pra ele.
“Vai, lá, KW! Você ainda tá muito devagar, cara!”, Pete gritou.
Jiyong ultrapassou entre dois ônibus.
Ele estava a mais de 120km/h.
Era como se ele não se importasse com mais nada.
Mais a frente, um semáforo, marcando o sinal amarelo.
Você deve diminuir, Jiyong..
Você deve diminuir, Jiyong..
Alguns segundos são suficientes para desafiar a morte.
O barulho dos freios.
Muita fumaça branca saía dos pneus.
Finalmente ele parou. Faltando apenas 2 segundos para o sinal vermelho.
Uma velhinha que, ia atravessar na faixa de pedestre, quase teve um ataque do coração.
Não, não.
Espera.
Aquela não era a...
“Vovó May???”, pensou.
Ele tentou se abaixar no banco, mas era tarde demais. Ela havia já o havia reconhecido.
Ela estava segurando uma cestinha de flores.
“O que ela faz andando sozinha tão cedo?”, ele pensou.
Vovó May atravessou a faixa, meio que desconfiada. Ela fitou os olhos de Jijyong, que teimou em olhar pro outro lado. Ela fitou bem aqueles olhos. Nada infantis naquele momento.
O coração de Jiyong estava acelerado.
E agora? Que impressão péssima ela teria dele!
Logo ela, que já não era tão fã dele.
Pete parou o carro ao lado dele.
“Hahahaha!!! Esse é o KWrong que conheço! O grande violador das leis de trânsito da cidade!”, ele falou alto.
A risada de Pete assustou ainda mais vovó May, que já estava segura do outro lado na avenida.
Quando o sinal verde abriu, Jiyong e Pete seguiram.
Vovó May olhou o relógio. Marcava 07:25. Os portões da escola fechavam às 07:30. Não daria mais tempo de ele pegar Sandara. Ela suspirou aliviada.
“Preciso ter uma conversa muito séria com a Dara”
[...]
Seunghyun chegou cedo à escola. Tão cedo que a sala ainda estava vazia. Aproveitou para rever a matéria no caderno.
“Eu tô ferrado!”, ele falou segurando os cabelos pra trás.
Insistiu um pouco e nada. A mente dele estava travada. Até que ele desistiu e fechou o caderno.
Ele escorregou na carteira, dobrou os óculos, fechou os olhos e tentou relaxar.
Ele sentiu um perfume no ar. Cheiro de flores.
Seunghyun sorriu devagar.
“No que está pensando?”
Aquela voz meiga o despertou.
“Dara?”
Aquele perfume de flores vinha dos cabelos dela, que caíram no rosto dele.
“Está preparado?”, ela perguntou.
“Nunca estou preparado..”
Ela tocou no ombro dele.
“Estou preocupada com você, Seunghyun..”, ela sentou na carteira de frente pra ele.
“Sabe, Dara? Não há mais nada de ruim que possa acontecer comigo...”
“Não fala assim. Você tem que reagir. Eu estou aqui pra te ajudar, lembra?”
Seunghyun ajeitou o corpo. Ele fitou os lábios pequenos dela e sentiu uma vontade louca de beijá-la.
Ele aproximou o rosto dela, tocou o rosto.
Ela fechou os olhos para sentir a respiração dele.
“Eu quero te beijar..”, ele falou devagar.
Sandara respirou fundo.
Não dava pra parar o tempo naquele instante só pra acontecer o beijo?
“Eu também..”, ela falou baixinho.
Ela segurou a jaqueta dele.
Ficou ali, apenas sentindo o hálito dele.
Apenas alguns centímetros afastavam as duas bocas.
“O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI HEIM?”
E apenas alguns segundos separaram o olhar de Minji na porta da sala. Observando toda a cena.
Minji se aproximou violentamente. Sandara teve medo e se afastou de Seunghyun.
“O que você está fazendo aqui, Minji?”, Seunghyun perguntou nervoso.
“Olha a santinha do pau oco, Sandy... Aquela que dá em cima do meu namorado. Você nunca desiste?”, Minji se aproximou de Sandara, quase derrubando a garota por cima da carteira.
“Tá louca, garota? Você nunca tem modos não?”, Sandara revidou.
“E você nunca se conforma? O Seunghyun é meu, querida!”
Minji apontou a mão no rosto de Sandara, que ficou assustada.
“Não aponte essa sua mão em mim, Minji..”, Sandara afastou para trás.
Seunghyun respirou aflito.
“Para com isso, Minji! Deixa a Dara em paz!”
“DARA? Que intimidade é essa com ela, heim, Seunghyun? Por acaso vocês estão me escondendo alguma coisa? FALEM AGORA!”, Minji ficou alterada.
Sandara suspirou impaciente e virou o corpo para sair dali.
Minji a prendeu pelo braço.
“Onde pensa que vai, sua santinha? Ainda não terminei com você..”
“Pois eu já! Vai se tratar, Minji. Tá precisando viu?”
Sandara sentiu a mão pesada de Minji eu seu braço. Ela estava histérica.
“MINJI! PARA COM ISSO, POR FAVOR!”, Seunghyun gritou.
A cena foi tensa.
Ele apenas viu Minji cair no chão.
A garota estava possuída.
“EU VOU MATAR ESSA VADIA!!!”, ela gritava.
Sandara estava em pânico. Não sabia o que fazer. Minji caiu de um jeito estranho e acabou por bater a coluna em uma carteira. Seunghyun tentou ajudá-la.
“CALMA, MINJI! VOCÊ NÃO VAI FAZER NADA. ESQUECEU DO SEU ESTADO?”, ele falou sério.
Minji recuperou o fôlego. E começou a chorar descontroladamente.
“Você viu, Seunghyun? Ela me empurrou.. ESSA INVEJOSA VADIA!”, Minji segurou no braço dele enquanto olhava furiosa para Sandara.
“Essa garota é maluca! Eu nem toquei nela. Ela que me atacou”, Sandara falou nervosa.
Minji observou a expressão preocupada de Seunghyun e começou a fazer uma cara de dor.
“Você não tinha nada que entrar na dela, Dara!”, Seunghyun falou.
“Eu não acredito, Seunghyun. Você tá achando que eu realmente empurrei ela?”
“Eu acredito em voce, Dara. Mas só acho que deveria ter mais cuidado com ela.. Voce sabe..”
Minji notou os olhares dos dois.
“Ela sabe, Seunghyun? Você contou? Porque fez isso?”
“Isso não é hora de discussão. Chega! Levanta, vou te levar pra sua sala..”, ele ergueu-a.
Sandara observou a aflição dele. Ela se sentiu culpada. Não queria machucar a Minji.
“Desculpa, Seunghyun. Eu não queria..”, ela falou quase chorando.
“Deveria pedir desculpas pra mim, sua imbecil”, Minji retrucou.
“CHEGA, MINJI! PAREM COM ISSO. É melhor vocês duas ficarem bem longe uma da outra”, ele falou sério.
Sem que Seunghyun percebesse, Minji lançou aquele sorrisinho cínico em direção a Sandara antes de atravessar a porta.
Sandara observou os dois saindo da sala. Ela suspirou e começou a chorar de raiva. “EU ODEIO ESSA GAROTA!”
[...]
Seunghyun segurou a prova de cálculos. Ele estava realmente ferrado. Tentou de todas as formas possíveis resolver aqueles problemas, mas a cabeça dele estava fervendo. Quem sabe um milagre? Não. Tentou lembrar a ultima revisão que tinha feito no caderno, e nada. Somente a lembrança da briga entre Sandara e Minji.
O que Seunghyun fez? Entregou a prova em branco. O professor olhou pra ele, mas não adiantava. Era tudo que ele podia fazer naquela prova e por ele mesmo.
“O que mais pode dar errado nessa minha droga de vida?”, ele pensou ao deixar a turma.
Sandara observou-o andar dele pelo corredor. Ela teve medo de falar com ele, depois de tudo o que tinha acontecido com a Minji. Melhor deixá-lo sozinho naquele momento.
[...]
Hora do intervalo.
O celular de Seunghyun tocou.
“Ei, Jiyong? Porque não veio para a escola? Hoje teve prova sabia?”
“Aconteceu uma coisa comigo, Hyung. Você pode me ajudar?”
“O que aconteceu? Onde você está?”
Jiyong suspirou do outro lado da linha.
“Na delegacia”
Seunghyun ficou branco que nem papel.
“Quê? Delegacia? Que diabos aconteceu com você Jiyong?”
“É uma longa história. Vem aqui que eu te conto. Tá na hora do intervalo não é. Dá tempo. É naquela delegacia próximo ao parque”
Seunghyun pediu permissão para sair, coisa que não era muito fácil. Mas como os pais dele e do Jiyong tinham ‘prestígio’, tudo era mais fácil.
Seunghyun chegou à delegacia. Jiyong estava sentado esperando por ele.
“O que aconteceu?”, Seunghyun perguntou.
O delegado se aproximou deles.
“Olá, Senhor Seunghyun? O que faz por aqui?”, perguntou batendo nos ombros dele.
“Na verdade, não sei”
O delegado observou Jiyong, que estava de cabeça baixa, fitando os sapatos de marca.
O tal delegado era muito amigo do pai de Seunghyun. Frequentava a casa da família e era, digamos, ‘íntimo’. Na verdade ele sempre teve um sonho de casar a filha mais velha dele com o Seunghyun, mas não deu certo.
Agora estava tudo explicado. Jiyong estava usando a influencia do amigo para se safar de uma enrascada.
“Vamos rapazes! Entrem no meu cabinete”, ele os guiou até a sala.
O delegado se sentou confortavelmente na poltrona.
“O Senhor Jioyng gosta de praticar racha em plena luz do dia. Sabia disso?”
Seunghyun ficou surpreso. Até onde ele sabia, Jiyong havia parado.
“DROGA!Eu não estava fazendo racha”, Jiyong retrucou.
“Fica calmo, aí, filho. Não vai querer ser preso por desacato a autoridade, vai? Ficaria tão feio para o filho do prefeito”, o delegado sorriu.
“N-não, senhor!”
Jiyong suspirou. Dava pra sentir o ódio na respiração dele.
“Calma, senhor delegado. Tenho certeza que o Jiyong não estava fazendo racha. Ele parou de fazer esse tipo de coisa há um bom tempo. Ele é meu amigo. Saberia disso”, disse Seunghyun.
O delegado apoiou os braços na mesa e fitou os dois.
“Sabe como é a vida de um delegado, né senhor Seunghyun? Cheia de perigo. A gente tem que defender os pobres cidadãos do o tempo todo. E de motoristas irresponsáveis. Não temos escolha. Temos que agir sempre que alguma coisa sai do controle.”, ele falou.
Seunghyun observou a expressão intimidadora do delegado. Jiyong continuava de cabeça baixa.
O relógio marcava 20 minutos para o próximo horário na escola. Ele tinha que ser rápido.
“Tudo bem. Quanto o senhor quer para deixar o meu amigo na boa?”, ele perguntou firme.
“Agora sim, está falando a minha língua, senhor Seunghyun.. Não sei. Quanto o seu amigo vale?”, ele perguntou com deboche.
Seunghyun abriu a carteira e retirou todo o dinheiro. Normalmente Seunghyun andava com bastante na carteira. Sorte do Jiyong.
“Acho que isso é o suficiente”, o delegado falou.
Ele acompanhou Seunghyun e Jiyong até a porta. E deu tampinhas nos ombros dos dois.
“Dirijam com cuidado, rapazes”
Jioyng suspirou aliviado.
“Eu juro que se um dia eu for prefeito dessa cidade eu mando demitir esse idiota”, Jiyong falou enquanto atravessava a porta.
“Calma, espertinho. Você ainda é um estudante. Vá com calma”, Seunghyun respondeu.
“Valeu, Hyung! Você me salvou mais uma vez. Vou ficar te devendo”
“Tá me devendo e essa lista tá só aumentando..”
Os dois riram.
Antes que Jiyong entrasse no carro, Seunghyun o segurou no braço.
“Ei, por acaso está pretendendo voltar a correr?”
“Tá maluco, Hyung? Eu só tava querendo mostrar pro idiota do Pete quem é o melhor. Só isso. Não quer dizer que eu vou voltar pra competições..”
Seunghyun suspirou. Subiu na moto.
“Que bom, Jiyong. Fico mais tranquilo. Porque nós dois sabemos que você é um ótimo corredor...Mas é um péssimo motorista.”
Seunghyun colocou o capacete e seguiu para escola. Jiyong ficou pensativo e depois o seguiu.
[...]
Eles chegaram em cima da hora. Sorte que nenhum coordenador estava no portão. Estavam todos vistoriando os corredores. Semana de prova era sempre assim.
Eles entraram correndo na sala. A outra prova já havia começado.
“Onde estavam, meninos? You’ re late”, falou a professora Mary Anne.
Seunghyun sentou rapidamente.
Jiyong acenou para Sandara, que respondeu tímida.
“Droga! Esqueci completamente que hoje também tinha prova de inglês”, Seunghyun falou.
A professora Mary Anne entregou a prova para Jiyong. E caminhou lentamente em direção a Seunghyun.
“Don’t worry, baby. You’re smart. Tenho certeza que vai tirar de letra, sweetheart”, ela falou baixinho.
Aquele perfume francês entorpeceu Seunghyun. Ela cruzou as pernas de frente pra ele. Ele podia jurar que ela estava tentando mostrar a calcinha pra ele. “Não, não. Eu só posso tá ficando louco”, ele pensou.
A prova seguiu tranquila. Se não fossem aqueles olhares provocantes da professora para o Seunghyun.
No final das aulas, Seunghyun ficou sozinho na sala de aula, pensativo. Lembrando que mais cedo tentou falar com Sandara, mas teve que recuar porque Jiyong estava grudado nela e depois os dois seguiram pra casa dela.
A sala vazia era o lugar perfeito para ficar sozinho.
Quase perfeito.
“Seunghoneeeeeyyy....”, aquela voz infantil o chamou.
“O que foi, Minji?”
“Como assim o que foi? Esqueceu que vai me levar pra casa?”, ela se aproximou dele.
“E o motorista dos seus pais? Ele não veio?”
Ela encostou na carteira dele e fez um gesto nos cabelos.
“Não. Ele está com a minha mãe hoje. Na verdade, meu pai disse que você que tem que me levar..Sabe, ele se preocupa comigo. Ele não quer que eu vá com qualquer um..”
Seunghyun franziu a testa.
“Desde quando seu pai confia em mim?”
“Desde quando você me pediu em casamento. Você ganhou muitos pontos com ele, sabia, honey?”, ela tocou o rosto dele. Ele afastou o corpo.
“Ahh...Tudo bem. Então, vamos”, ele pegou a mochila.
“Ei? Não está esquecendo de nada não?”,ela falou.
“O quê, Minji?”
“A minha mochila tá pesada..”
Ele franziu a testa novamente e suspirou profundo. Aquilo já o estava irritando.
“Pode deixar que eu levo. Vamos!”
Eles seguiram até a casa da Minji. Seunghyun tocou a campainha.
Nenhuma resposta.
Ele tocou novamente, e nada.
“Tem alguém em casa?”
“Não sei...”, ela falou mexendo nos cabelos.
Seunghyun pegou o celular e ligou para o telefone da residência.
Ninguém atendeu.
“Minji, porque não me falou que tinha ninguém na sua casa?”
“Eu não sabia, honey.. Vai ver a minha mãe teve que sair e dispensou os empregados..Ela faz isso às vezes”
“E porque não me disse isso antes?”
“Porque você não me perguntou..”, ela falou com uma voz infantil.
Ele engoliu seco, tentando encontrar paciência.
Minji segurou a jaqueta dele e fez uma cara inocente.
“Você fica tão lindo quando tá com raiva sabia?”¸ela acariciou as bochechas dele.
Seunghyun coçou a cabeça tentando permanecer calmo.
“Minji... Porque você é tão infantil às vezes?”
“Ahh... E porque você é sempre tão sério?”, ela tentou puxá-lo para próximo do rosto dela. Ele revidou.
“Tá certo... Então, o que vamos fazer? Eu tenho que ir pra casa..”
“Ótimo! Vamos”, ela falou puxando-o pelo braço.
“Como assim ‘vamos’?”
“Eu vou com você, honey. Ou vai querer que eu fique aqui, sozinha, com fome, abandonada? Me leva pra sua casa..”, ela falou.
Seunghyun respirou profundo, com raiva. Sentiu uma vontade tremenda de largá-la lá mesmo. “Calma, Seunghyun! Calma..” , ele pensou.
“Tá certo, Minji! Vamos logo, então”
Então, eles seguiram para casa dele.
Minji se jogou no sofá da sala.
“Ahhh, adoro essa casa..”, ela falou.
Seunghyun deixou as mochilas no tapete e tirou a jaqueta. Ela o observou de um jeito provocante.
Ela se aproximou dele e acariciou os ombros dele. Seunghyun se sentiu incomodado.
“Vou pedir para servirem o seu almoço. Vou pedir para preparar um quarto de hóspede para você.”, ele seguiu em direção ao quarto.
“Espera. Aonde você vai?”, ela falou.
“Para o meu quarto..”
“Ahh tá.. Não demora muito tá?”
Ela deitou novamente no sofá.
E deu novamente aquele sorrisinho cínico.
Os dois ficaram quietos durante o almoço.
“Você não comeu quase nada, honey”
“Eu tô sem fome..”
“Ahh não fica assim, baby. Tem que se alimentar direito. Afinal, vamos ter um filho..”, ela falou tocando na perna dele.
“Para de me chamar assim, que saco”, ele ficou irritado.
“Vai me tratar assim?..
Ele se conteve. Tava difícil aguentar aquela voz infantil da Minji.
“Pra mim já chega! Eu vou pro meu quarto. Você pode ficar no quarto de hóspede..”
Ele seguiu para o quarto.
Ela permaneceu com aquele sorriso tranquilo na mesa.
E ainda pediu sobremesa.
Seunghyun deitou na cama, tentando relaxar.
Antes que aquela velha enxaqueca aparecesse.
Ele adormeceu aos poucos.
[...]
Ele sentiu um toque no rosto.
Aquele perfume foi percorrendo o corpo dele.
Até que aconteceu um beijo.
E aquele beijo despertou-o lentamente.
Seunghyun abriu os olhos.
“Tava tão lindo dormindo..”, ela beijou-o.
Ele ergueu o corpo meio atordoado.
“O que está fazendo aqui?” ele perguntou.
“Estou cuidando de você. Tô te achando tão tenso hoje..”, ela deitou do lado dele na cama.
“É melhor sair do meu quarto, Minji”, ele
“Porque?”
“Como porque? O que você tem na cabeça, garota?”
“Posse te ajudar a relaxar um pouco..”, ela tocou por baixo da camisa dele.
Seunghyun ficou espantado.
Ele tentou empurrar a mão dela, mas ela evitou.
“O que está fazendo?”
“Sabe muito bem o que estou fazendo, honey..”, ela debruçou o corpo por cima dele.
Beijou-o sensualmente.
“Minji, para com isso..”
“Ah, não vou mesmo..”
“Você é louca...”, ele tentou ergueu o corpo.
“Louca por você, honey.. Fica aí quietinho”
Ela segurou os braços dele e começou a beijá-lo no pescoço.
“Lembra da última vez que ficamos juntos? Estou com saudades..”, ela acariciou-o.
“Tô tentando esquecer..”
“Como pode dizer isso, meu amor?... Não está feliz como o nosso casamento?”, ela continuou beijando-o.
“Já disse pra parar com isso, Minji!..”, ele falou.
Seunghyun, aos poucos, sucumbiu aos carinhos dela.
E de um jeito que ele não tinha como evitar.
Ele a beijou com desejo.
Minji tirou o sutiã.
E Seunghyun a desejou.
“Viu só, Seunghoney? Estão maiores”, ela falou.
“O quê?”, ele ficou atordoado.
“Ah não finja que não percebeu”.
Ela guiou as mãos dele até os seios dela.
E deu aquele sorriso cínico outra vez.
Ele prendeu a respiração.
Estava nervoso.
Ao mesmo tempo afim.
Os pensamentos estavam confusos.
“Está vendo só, Seunghoney? Você não consegue ser sério o tempo todo..”, ela falou.
Seunghyun estava preso ao corpo de Minji.
Não tinha como fugir.
E ele estava prestes a se entregar a ela...
Quando algo aconteceu...
“O que está fazendo, Minji?”, ele perguntou aflito.
“Sabe, acho que você tem razão. Não deveria está aqui no seu quarto..”, ela disse se vestindo.
Ele franziu a testa.
“O quê???”, ele falou.
“É isso mesmo! É melhor você me levar pra casa.”
Seunghyun ficou parado, apenas observando o jeito calmo dela.
“Mais eu pensei que...”
“Pensou o que?”
“Nada”, ele ergueu o corpo devagar.
“Sorry, meu amor.. É melhor guardar essa sua energia aí pra depois do casamento..”, ela atravessou a porta do quarto.
Seunghyun ficou lá, parado, com aquela cara de bobo.
E naquele estado, digamos, especial.
“Essa garota vai me enlouquecer...”, ele pensou.
Minji subiu na moto dele.
Ela percebeu a frustração dele.
Ela segurou-o firme.
Suspirou antes de dar a partida.
Minji deu aquele sorrisinho típico sem que ele percebesse.
“Você ainda tem muito que me pagar, Seunghoney. É só o começo..”