Cap. 8 – “Confissões de Seunghyun”
[música para ouvir: Tema de amor por Marisa Monte]
Sandara ouviu tudo atentamente. Ainda estava em choque com a notícia da gravidez da Minji, mas as revelações sobre a vida de Seunghyun a deixaram anestesiada. Algumas frases marcaram:
“A Minji me persegue desde a 5ª série, quando vim transferido de uma escola estadual. Sim! Eu estudei numa escola do governo por causa do meu temperamento difícil. Tava sempre brigando e meus pais me matricularam lá como castigo. Não deu muito certo”
“Eu repeti de ano umas 3 vezes, sei lá. Nunca me adaptava em escola nenhuma. As pessoas brincavam comigo porque eu era mais velho, mais alto, esquisito, não fazia amizade com ninguém, não falava na sala de aula”
“A única coisa que eu nunca encontrei problemas foi com as garotas. Sei lá, acho que elas gostam desse meu jeito. Na verdade, tive muitos problemas por isso também”
“Eu tinha tive sérios problemas na escola estadual que estudei. Tive um romance com uma professora e briguei com o marido dela no pátio da escola na hora do intervalo. Fui acusado de várias coisas, inclusive de ter abusado da professora. Sei lá, as professoras achavam que pelo fato de eu ser mais velho não tinha problema. Mas ninguém acreditou em mim lá, só os meus pais. Fui expulso e perdi o ano. Os meus pais até pensaram em me mandar para outro país para continuar meus estudos. Foi aí que conheci o JiYong, num encontro de políticos com os meus pais. Meu pai reencontrou um grande amigo de infância, que por sinal, era o pai dele”
“JiYong também era problemático. Fazia rachas no pátio da escola e vários vandalismos. Foi preso algumas vezes, até que o pai dele o mandou pra uma escola bem rígida. Depois disso, o pai dele ganhou a eleição de prefeito e ele teve que andar na linha mais ainda”
“Nos tornamos amigos de cara. O pai dele, que já era prefeito, mexeu os pauzinhos, e conseguiu que eu fosse aceito na nova escola. Limparam todo o meu histórico escolar manchado”
“Eu tenho sérios problemas com a bebida. Já tive comas alcoólicos e isso vem piorando desde que eu e a Minji ficamos juntos pela primeira vez, há 3 anos. Você sabe neh?”
Sandara ficou observando a face vermelha dele. Seunghyun nunca tinha sido tão sincero com uma garota. Ela tocou o rosto dele com carinho e o ergueu.
“Não precisa ter vergonha de mim. Pode me contar tudo”
Ele olhou bem dentro dos olhos dela e estremeceu.
“Você não vai me perguntar de onde veio tanta rebeldia?”, ela ficou espantada.
“O quê? Como assim?”
“Meu pai biológico batia na minha mãe. Era horrível. Tudo porque ela era uma modelo de sucesso na época, muito bonita, sempre tinha trabalhos para fazer. Ele tinha ódio do trabalho dela, dizia que ela fazia programas com os agentes, e por isso a espancava. Ela teve que abandonar tudo quando eu nasci. Mesmo assim ele continuava maltratando, e diversas vezes, e na minha frente. Até que um dia, um vizinho bondoso, viu tudo, entrou na nossa casa e chamou a polícia. Ele foi preso. Depois que alguns anos, ele morreu de câncer na prisão. Minha mãe conheceu um homem bom e se casou com ele: o nosso vizinho que o denunciou. Ele cuidou de mim como um verdadeiro pai”
Ela viu as lágrimas caindo no rosto dele e também chorou. Os dois se abraçaram carinhosamente. Ela ouviu o coração triste dele.
Vovó May saiu na porta e viu a cena mais linda de todos os tempos. Ela apertou as mãos no peito e se emocionou. Ela sentiu com coisa boa vindo de Sandara e Seunghyun. Uma coisa que ela não sabia explicar.
Fofa do jeito que era, ela correu e pegou o celular. E, antes que eles desfizessem aquele abraço gostoso, ela tirou uma foto. “Casal mais lindo que já vi”, ela falou baixinho e saiu silenciosa. Vovó May era fã número 1 do Seunghyun. Não que ela não gostasse do JiYong, mas é que ela sabia por quem a neta estava perdidamente apaixonada.
Os dois resolveram sair de moto. Foram até uma lanchonete. Sabiam que não podiam se expor muito porque todo mundo na cidade conhecia JiYong e o namoro deles.
“Porque você resolveu namorar o JiYong?”, ele perguntou de um jeito inocente. Sandara suspirou fundo enquanto tomava um suco.
“Você quer mesmo que eu responda? Eu fiquei com raiva de você e a Minji naquela noite. Tive vontade de morrer...”, ela falou quase chorando.
“Ficou com raiva e aceitou namorar meu melhor amigo?”
“Você não entende como foi difícil pra mim... Ele tem um jeito que..”
“Dara, você está gostando dele???”, ele perguntou franzino a testa com raiva.
“Porque você me pergunta isso se já sabe a resposta? E você e a Minji?”
“Isso não tem nada a ver com nós dois..”, ele falou sério. Ela arregalou os olhos.
“Então, estamos empatados!”
Seunghyun apertou a testa como se estivesse sentindo dor. Ela segurou a mão dele. O vento balançava os cabelos muito negros dele.
“Essa história não vai dar certo..”, ele envolveu os braços na cintura pequena dela e aproximou o rosto dela.
“Não vai dar mesmo...”, ela segurou o rosto dele e beijou-o. Os lábios dele eram como o doce mais delicioso que ela já tinha provado. E não tinha vontade de parar de provar. E tinha gosto de doce mesmo.
Uma buzina de carro assustou os dois. Na verdade o motorista estava com inveja do beijo romântico.
Ela se assustou mais ainda com o ronco vindo da barriga de Seunghyun.
“Err, eu tô com fome”, ele falou desconfiado.
“Fome? Mas você acabou de comer um sanduíche..”
“Eu tô com fome de comida. Que horas sai o almoço na sua casa?”, aquele jeito inocente dele deixava-a feliz. E mais apaixonada.
“Esqueci que você é morto de fome..Tá certo. Vamos lá pra casa. Preparo alguma coisa rápida”
Os dois seguiram felizes até a casa de Sandara. Ela subiu na moto e o agarrou com força. Ele sorriu.
[..]
Vovó May e Sandara tinham preparado uma comidinha especial: kimchi. Não tão especial assim, mas a verdade é que Seunghyun comia qualquer tipo de comida. E comia muito bem.
“Pode comer mais, meu filho. Tá tão magrinho. Tá precisando engordar”, falou vovó May de um jeito engraçado.
“Vó??? Isso é jeito de falar?”, Sandara franziu a testa olhando para a avó.
“Eu tenho o metabolismo rápido”, ele respondeu com as bochechas gordinhas.
“Gosto de ver jovens que comem bem. Já falei mil vezes pra minha Dara. Ela precisa se alimentar direito.. Fica estudando muito e não se alimenta”
“Ah vó. A senhora sabe que eu não gosto muito de comer..”
“Bobagem. Sabia que a Dara tem um distúrbio alimentar, Seunghyun?”, vovó May falou. Ele arregalou os olhos. Sandara ficou envergonhada.
“Você não me falou isso..”, ele disse.
“É preocupação de avó. Tá tudo bem comigo. Ninguém precisa se preocupar..”, ela falou séria. Parecia irritada. Saiu da mesa.
“Viu só, filho? Ela não gosta de falar sobre o assunto, mas eu me preocupo muito com ela. Ela tem que se alimentar”
“A senhora tem razão. Vou conversar com ela sobre isso. Pode deixar. Deixa só eu acabar esse kimchi aqui. Tá tão gostoso..”, ele falou com as bochechas ainda mais cheias.
“Você tem um apetite e tanto heim, Seunghyun? Totalmente diferente do JiYong. Ele não come isso, não come aquilo”
“Ah, o Jiyong tem problemas de gastrite”
“Nããão. É frescura de garoto rico mesmo, meu filho. Veja só você: também é rico, bonito, educado e não tem esse tipo de problema”
Ele sorriu diante da conclusão de vovó May. A verdade era que Jiyong era mesmo cheio de nove horas com a alimentação. Mas o lance da gastrite era verdade.
Seunghyun foi até a cozinha. Sandara estava emburrada, lavando a louça. Ele ficou do lado dela, com aqueles dois olhos perturbadores. Ela tentava se concentrar na louça, mas era impossível. Não dava pra fazer qualquer coisa quando ele estava perto.
“Porque não contou sobre isso, Dara?”
“Porque eu não gosto de falar sobre isso..Tem sempre alguém querendo me curar”, ela respondeu impaciente.
“Pensei que o rebelde aqui fosse eu...”
“Tá certo. O que quer que eu faça, então? Eu não consigo ter apetite. Não sou como você”
“Posso te ajudar.. Meu pai é amigo de um..”, ela o interrompe.
“Já sei o que vai falar. Eu não quero ir ao médico”,
“Só quero ajudar..”, ele falou com a cabeça baixa, com medo da reação dela.
Ela suspirou e olhou pra ele com um olhar arrependido.
“Desculpa..Não queria te tratar mal..”
“Tudo bem. Tô acostumado com isso. Afinal, eu também, às vezes, sou um poço de arrogância”, ele falou com aquele olhar fofo. Ela caiu na gargalhada. Não tinha como se chatear com aqueles olhos negros.
Vovó se aproximou dele toda contente. Trazia um pires com um pedaço de gigante de torta de chocolate. Ele abriu o maior sorriso do mundo.
“Olha só o que eu trouxe pra você, filho!”
“Ahh, a senhora sabia que eu tava sonhando com esse bolo?”, ele falou de um jeito engraçado.
“O seu estômago é do tamanho de quê pra caber tanta comida?”
“Não sei. Só sei que ele nunca reclamou por isso”, ele devorava a torta com prazer. Sandara ficava encantada com o jeito que ele comia. Parecia uma criança.
“Vou dar uma saidinha, viu meus filhos? Vou até a casa da minha amiga Jen”, vovó May estava toda engraçadinha, arrumada, de óculos de sol, chapéu e uma bolsinha de flores. Ela deu uma olhadela para Seunghyun, que estava se engasgando com o bolo, não entendeu nada.
“Mas a senhora nunca vai visitar essa sua amiga.. Porque logo hoje?”, Sandara achou estranho essa saída repentina.
“Ora, deixa de ser mandona. Fiquei com vontade de ir hoje”
“Tá certo. Não demora muito. A senhora tem que...”
“Eu sei.. Volto na hora dos remédios. Daqui a umas 2 horas”¸ela deu uma piscadinha para Seunghyun, que ficou confuso.
“Muito estranho..”, Sandara falou.
“A gente vai ficar sozinho por 2 horas..”, ele falou com uma voz rouca. Sandara quase derrubou o prato que estava segurando.
“Err, eu acho que ouvi meu celular tocando.. Volto já”, ela inventou isso para que pudesse sair de perto dele. E foi até o quarto da avó. “Meu Deus. Porque ela fez isso? Me deixar sozinha com ele por tanto tempo é covardia. O que ela tem na cabeça?”, ela pensou aflita.
Ela pegou o maior susto quando realmente o celular tocou na mão dela. “MEU DEUS!!! É o JiYong! O que eu faço???”, ela falou.
Ela atendeu a ligação.
“Alô?”
“Oi, Sandara? Tudo bem?”
“Ahh, tudo”, ela respondeu nervosa.
“Você por acaso sabe me dizer onde está o Seunghyun? Não consigo falar com ele”
“O Seunghyun? Não. Não vejo o Seunghyun desde o seu aniversário”, ela falou enquanto o Seunghyun se aproximou dela falando alto.
“Ei, Dara. Onde fica o banheiro? To apertado..”, Seunghyun perguntou em voz alta e Sandara fez sinal desesperado indicando que era o JiYong no telefone. Ele levou um susto. Ela apontou para as escadas e ele subiu.
“Tem alguém aí com você?”, JiYong perguntou.
“Comigo? Ninguém.. Deve ser a TV que tá ligada. Tô assistindo um filme”
“Tá certo. Olha, se você falar com o Seunghyun me avisa, viu? Um beijo, meu bem. Te ligo amanhã”, ele se despediu. Ela ficou com o coração em apuros.
Ela subiu até o quarto. Seunghyun estava lá observando cada detalhe com atenção. O quarto de Sandara era pequeno e aconchegante. Cheio de coisas infantis, livros, quadros e fotos dela. Ela entrou sem que ele percebesse. E ficou observando quando ele pegou um porta-retrato dela antigo, de quando ela era bebê e sorriu.
“Eu era gordinha..”, ela falou
“Era um bebê lindo...”, ele falou de um jeito encantador.
“Não, você não entende. Eu continuei gordinha quando adolescente. Tinha cara de lua-cheia. Uma coisa horrível”
“Que bobagem. Todo mundo já foi gordinho quando criança. Eu também era. Parecia um porquinho”
“Duvido. Deveria ser lindo..”, ela falou fitando os ombros dele.
Ele tocou no braço dela e ela se arrepiou toda. Ficar perto de Seunghyun era como não saber controlar os próprios desejos. Ela sentiu o hálito dele e fechou os olhos. Ele, naturalmente, estranhou aquilo.
“O que está fazendo?”, ele perguntou.
“Sua boca tem cheiro de chocolate...”, ela falou ainda de olhos fechados.
“Ainda temos 1 hora e 45 minutos..”, ele sussurrou.
“O que você disse?..”, ela segurou a camisa dele e puxou-o até ela.
[LIME]*
Eles se beijaram com desejo. Aqueles beijos doces de Seunghyun tomaram conta de Sandara, que segurava os ombros dele com força. Ele beijou o pescoço dela lentamente e sentia todos os arrepios vindos daquele corpo pequeno.
Antes que ela notasse, ele a deitou na cama. Tirou o casaco dela e acariciou seus ombros, enquanto beijava seu pescoço. Ela tirou a jaqueta dele e sentiu o corpo dele por debaixo da camisa.
Ele percorreu a mão por baixo do vestido dela e ela estremeceu. Quando ela tocou por cima do zíper da calça dele, lembrou de uma coisa muito importante: que era virgem. Talvez ela tivesse vergonha de revelar isso a ele. “Como é que faz pra disfarçar a virgindade?”, ela pensou. Não tem como.
“Seunghyun...”, ela sussurrou.
“O que foi, minha Dara?..”, ele respondeu com uma voz ainda mais rouca bem perto do ouvido dela.
“Não podemos..”, ela tentava explicar, mas estava perdida nos carinhos dele.
“Eu só vou até onde você quiser...”, ele falou num suspiro. Mas ela não queria parar. Não mesmo.
A respiração de Seunghyun era como combustível para o desejo dela. Quando ela tocou novamente por cima do zíper dele ele segurou a mão dela.
“Eu quero....”, ela falou segurando os cabelos bagunçados dele.
“Eu também...Já deu pra perceber, né?..”, ele prendeu a mão dela na calça dele. Ela mordeu os lábios, nervosa. Em que momento ela estava pensando em falar sobre a virgindade mesmo? Nunca.
Um barulho na porta a assustou.
“Você ouviu isso?”, ela perguntou.
“Não”
“Chegou alguém. Deve ser a minha avó”
“Ainda temos 1 hora, esqueceu?”
“Mas alguém abriu a porta..”, ela ergueu os ombros.
“Esquece a porta”
Um barulho maior ainda assustou os dois. Parecia que alguém tinha quebrado a janela.
“Você ouviu agora? Aconteceu alguma coisa lá em baixo”, ela falou aflita. Seunghyun olhou na janela e viu três pessoas próximas à moto dele.
“Acho que são ladrões”
“LADRÕES?? NA MINHA CASA??”, ela entrou em pânico.
“Calma. Fique aqui. Vou descer pra ver quem são eles”, ele desceu. Sandara ficou nervosa. Nunca teve ladrões naquele bairro.
Ao chegar à porta da sala, Seunghyun viu algumas pedras no chão e estilhaços de vidros de uma das janelas da sala. Os vândalos haviam ido embora. Mas quebraram o retrovisor da moto dele. “Muito estranho isso. Se eram ladrões porque não roubaram nada?”, ele se perguntou.
Sandara desceu aflita. Seunghyun estava lá fora parado, como os olhos apertados tentando desvendar o que tinha acontecido ali.
“O que está fazendo aqui fora? É perigoso”, ela puxou-o pelo casaco e os dois entraram na casa dela.
“Já tinha acontecido uma coisa dessas antes?”
“Não. Não que eu me lembre. Porque?”
“Nada.. Só achei muito estranho. De qualquer forma, vou ficar aqui até quando vovó May chegar”
“Que bom..”, ela sorriu pra ele.
“Ainda temos quanto tempo mesmo?”, ele perguntou pegando no pescoço dela.
“Não muito tempo..”, ela voltou a se arrepiar com o toque dele.
“Então, vamos continuar de onde paramos..”, ele puxou-a pela cintura.
“Pelo amor de Deus, Seunghyun! Acabamos de ser quase assaltados e eu tô nervosa!”, ela estava nervosa pelos dois motivos: pelos vândalos e pelo Seunghyun.
“Tá certo. Não vou fazer mais nada. Vou ficar aqui sentado no sofá vigiando. Tá bom assim?”, ele se jogou no sofá com raiva.
“Ótima ideia!”, ela falou. Na verdade ela quis dizer “Não. Continua de onde parou”.
A moral é uma droga mesmo.
[..]
Depois de sair emburrado da casa de Sandara, a única coisa boa que ele levou foi um pedaço da torta de chocolate que vovó May fez questão de arrumar numa trouxinha de toalha bordada. “Leve pra você, meu filho. O chocolate acalma o coração”, as palavras de vovó May eram realmente inspiradoras. Ela ficou espantada com o lance da janela quebrada, mas não ficou tão nervosa. Afinal, aquele bairro era tão pacato.
Sandara ficou no quarto, também emburrada.
Já era quase noite quando Seunghyun finalmente chegou em casa. O carro de JiYong estava estacionado. “Ele descobriu!”, ele pensou nervoso. Lila, a mãe dele, surge no portão, aflita.
“GRAÇAS A DEUS, MEU FILHO! Já estava ligando pra polícia”, ela correu para abraçá-lo.
“Polícia porque, mamãe?”
“O JiYong me contou o que aconteceu com você. Você está bem, meu filho? Fiquei tão preocupada..”, ela o abraçava sem parar, quase chorando.
“Estou bem, mãe! Não precisa ficar assim..”, ele tentava acalmá-la.
“Onde CE tava cara? Eu te liguei umas 100 vezes”, falou JiYong na porta. Seunghyun suspirou fundo. “Ufa! Parece que ele não sabe..”, ele pensou.
“Fui dar uma volta por aí..”,
“Um volta de mais de 4 horas?”
Seunghyun fez sinal para Jiyong. Após mil beijos e reclamações, finalmente a mãe dele foi para o quarto dela. E eles puderam ficar sozinhos para conversar.
“Cara, você não vai acreditar no que aconteceu!”, Seunghyun falou.
“O quê? Não me diga que voltou a beber...”
“Não é nada disso... A Minzy... Ela tá grávida!”
“O QUÊ??? A MINJI?? GRÁVIDA????”, JiYong ficou chocado.
“Fala baixo! Tá maluco? Ainda na quero que minha mãe saiba disso até colocar as ideias no lugar”
“Hyung.. Quantas vezes eu te avisei sobre a Minji? Quantas vezes eu te disse que ela era chave de cadeia?”
“Eu sei.. Você me avisou.. Mas cê sabe ne? A carne é fraca”
“Carne fraca? Tem ideia o quanto essa garota vai infernizar a sua vida com esse filho? E os pais dela? Eles te odeiam..”
“O que acha que devo fazer? Procurar um advogado? Porque eu não quero me casar com ela e muito menos ter um filho”, ele falou com um tom sério. Jiyong ficou preocupado.
“Olha, eu acho que antes de tudo, tem que ter certeza se ela está mesmo grávida..”
“Vou pensar nisso depois.. Agora eu quero dormir e esquecer tudo isso. Pelo menos até amanhã..”
“Fora isso, tem mais alguma coisa pra me dizer?”, Jiyong olhou-o sério. Seunghyun ficou intimidado. “Ele sabe ou não sabe?”, ele ficou confuso.
“Não...”
“Tem certeza que não se envolveu com coisas sinistras de novo?”, ele continuou olhando para Seunghyun.
“Claro que não, cara! Quantas vezes vou te dizer que eu não tô nessa?”, respondeu irritado.
“Tá certo. Fica frio. Relaxa aí e esfria a cabeça. Amanhã a gente conversa mais sobre o lance da Minji..”, ele se despediu.
Seunghyun permaneceu deitado na cama. Pensando na melhor saída para não casar com a Minji e de não ter esse filho. E se não tiver saída? E se ele tiver mesmo que casar com ela e formar uma ‘linda família’? De linda não teria nada.
Ele preferiu pensar na Sandara e seus cabelos negros. Aquela pele macia, lábios adocicados. “Preferia que fosse ela”, ele se perdeu nos pensamentos.
[...]
Longe dali, Sandara, também deitada na cama, ainda sentia o gosto de chocolate da boca de Seunghyun. Aquele gosto nunca iria sair de sua boca. Ela relembrou os beijos e de tudo que eles conversaram. O que ela poderia fazer para impedir que Minji destruísse tudo? “Algo me diz que essa garota está escondendo alguma coisa. Vou descobrir”, ela pensou alto.
Sandara decidiu investigar a gravidez de Minji.