Capítulo 6 – “Doce ilusão parte 2”
[*música para ouvir: Quase um segundo por Luíza Possi]
A manhã seguinte estava nublada, diferente. Sandara arrumou-se devagar, sem pressa. Normalmente ela estaria ansiosa pela chegada de Seunghyun, contando os minutos para ver novamente aqueles olhos perturbadores, mas ela estava quieta, triste. Havia várias ligações perdidas dele no celular dela, e uma mensagem de voz que ela preferiu deletar. Ela tentava ao máximo disfarçar aquele sentimento para que vovó May não percebesse.
Ela saiu muito cedo de casa, talvez quisesse evitar qualquer tipo de confronto com a avó ou a própria presença de Seunghyun. De fato ele chegou a ir até a casa dela, mas preferiu ficar parado no portão, na esperança de vê-la passeando pela janela ou jardim. Ele estava lá, com aquele olhar frio, gestos cerrados, óculos pretos, roupas sombrias. Na verdade ele estava mais sombrio do que de costume.
Vovó May atendeu-o e disse que Sandara havia saído mais cedo. Ela se aproximou silenciosamente, ajeitou os óculos calmamente e ergueu o corpo cansado até a altura abaixo dos ombros dele. Vovó era tão pequena quanto Sandara.
“Acho que sei qual caminho ela pegou para ir até a escola. Se você correr, ainda dá tempo”, ela espremia os olhos para observá-lo melhor.
“A senhora pode me dizer?”, perguntou tímido.
“Sim. Pegue o caminho da igreja antiga. Ela adora andar por ali. Por mais que seja um caminho mais longo”
“Obrigado, vovó May. Irei alcançá-la”, ele aprontou-se e saiu apressado.
Ele seguiu pela rua da antiga igreja. Era um caminho silencioso e bonito, mas distante da direção da escola. Quando ele avistou os cabelos negros de Sandara dobrando uma rua. Ela vestia um suéter rosa por cima do uniforme, e caminhava devagar, pensativa, abarrotada de livros, parecia cansada. Ele parou a moto e ela virou para trás. O olhar dela demonstrava desapontamento. Ele se aproximou, com passos pesados. A figura sombria de Seunghyun diante doçura dela parecia teimavam em se encontrar. Os olhos de Sandara tentavam não cruzar os dele. Ela travava uma batalha interminável entre a presença sedutora dele e a difícil decisão de permanecer firme.
Ele caminhou mais depressa. Ela seguiu forte, mas estremeceu diante do esforço dele. Quando ele finalmente a alcançou, seus pés já estavam doendo, e o olhar dela continuava preso na direção infinita, sem desviá-lo para ele.
Finalmente ela parou de andar. Sua respiração estava tensa. Ele parou na frente dela, que abaixou o olhar, fitando os seus pés, numa tentativa de não cruzarem os olhares. Mas era quase impossível não sentir-se tentada diante daquela imensidão negra que vinha do rosto do Seunghyun. Ele tinha um poder inigualável de atrair toda a atenção do momento apenas ficando perto de Sandara. Ela estava aprisionada. Não adiantaria fugir. Não adiantaria mudar de direção, ou tentar desviar. Ele estaria lá, com aqueles dois olhos perturbadores seguindo-a por toda a parte.
“Porque você está aqui?”, ela perguntou com a voz firme.
“Liguei umas 20 vezes e você não atendeu”, ele respondeu irritado.
“E porque eu atenderia?”, ela falou ainda mais firme, fitando os ombros dele.
“Porque você não acredita em mim? O que mais tenho que fazer pra você acreditar que eu não beijei a Minji?”, ele tentava intimidá-la com sua voz forte.
“Então, você agora tá duvidando da minha inteligência é? Tá querendo me dizer que vocês não estavam se beijando?”¸ ela estremeceu de raiva.
“Será que você não entende? ELA ME BEIJOU À FORÇA! Ela me agarrou na saída do banheiro”, ele tentava explicar, mas suas palavras soavam tão falsas quanto inocência da Minji.
“Deu pra perceber o quanto você não tava afim! Quer sabe? Eu não tenho que ficar aqui escutando suas explicações sobre beijos forçados ou não. Me deixa em paz”,
“Precisamos conversar, Dara! Aliás, tem muita coisa que preciso de contar sobre eu e a Minji”, ele tentava convencê-la.
“Sobre o quê? Que vocês dois têm um lance desde sempre no colégio? Que ela é apaixonada por você e que ela é uma maluca ciumenta? Me polpe de mais esse sofrimento, Seunghyun..”, ela desviou o seu corpo pequeno, mas ele prendeu-a novamente na sua frente.
“Mais ou menos isso... Mas a história não é bem assim..Você precisa saber da verdade. Eu deveria ter te contado desde o começo, mas eu não pensava que a nossa historia fosse ficar tão séria, e...”¸Sandara arregalou os olhos. Por uns segundos permaneceu olhando-o profundamente.
“O que você disse? Que não esperava que fosse ficar sério? O que você pensa que eu sou? Definitivamente você é um idiota! Saia da minha frente”, ela quase desfaleceu diante daquelas palavras frias. Como ele pôde pensar que não seria sério?, ela pensou, derramando uma pequena lágrima de tristeza. Todos os meus beijos foram reais. Reais até demais. ODEIO ELE!, ela apertou os olhos com força, e tentou seguir em frente.
Seunghyun a segurou nos braços, com força. Numa tentativa desesperada, ele puxou-a até seu corpo, procurando os lábios dela, mas ela o empurrou com raiva. Ele ficou surpreso com aquela atitude dela. Foi a primeira vez que uma garota não cedeu às suas investidas. Na verdade, para Sandara, o príncipe havia perdido um pouco do encanto.
“Nunca mais faça isso!”¸as palavras dela saíram trêmulas.
“Isso o quê?”, ele franziu a testa com olhar furioso.
“Nunca mais tente me beijar a força. Eu não sei fingir os meus sentimentos”,ela se afastou dele. Seus olhos brilhavam por causa de uma pequena lágrima que estava se formando. Ele ficou paralisado com a tristeza dela.
“Eu só queria que você me escutasse... Eu..”, ele insistia em tentar conversar.
“CHEGA! Não quero ouvir mais nada!...”, ela desviou o corpo na direção contrária, quando avistou o carro de JiYong vindo na direção deles.
“O que vocês dois estão fazendo aqui? Esse não é o caminho da escola”, JiYong, distraído, não havia percebido o clima tenso entre Sandara e Seunghyun.
“Ainda bem que você apareceu, JiYong. Você pode me dá uma carona?”, ela fitou-o carinhosamente, enquanto Seunghyun permanecia parado.
“Claro, Sandara. Suba no carro. Nem precisava perguntar”, aqueles olhinhos infantis saltaram de alegria diante da doçura de Sandara enquanto Seunghyun explodia de raiva por todo o corpo.
“Você vai com ele? Mas ele não é um bom motorista”, Seunghyun falou, com olhos furiosos. JiYong percebeu o olhar inquietante do amigo. Sandara não se intimidou.
“Valeu, Hyung! Mui amigo, viu? Não precisa avacalhar, né?”, JiYong, inocente, brinca sem perceber que o amigo estava sendo rude.
“Não se preocupe comigo. Eu confio nele”, ela respondeu com firmeza. O olhar raivoso dele acompanhava cada movimento dela.
“Temos que ir ou chegaremos atrasados”, Jiyong acelerou o carro, deixando Seunghyun para trás. Sandara olhou para trás antes de dobrarem a esquina, na certeza que ele estaria lá se afogando no próprio ódio.
Realmente, ela o havia deixando com muita raiva.
[...]
Durante a aula de história, Jiyong parecia inquieto, mandando uma mensagem de texto de cinco em cinco minutos para o celular de Seunghyun, que não respondeu nenhuma. Ele estava calado, esparramado na carteira. Provavelmente, se alguém o provocasse talvez ele socasse a cara da pessoa. Foi aí, que o professor o escolheu para responder uma pergunta que estava no quadro.
“Senhor, Seunghyun, você sabe dizer para a turma em época se deram as Inquisições Católica e a Protestante?”, o professor estava de costas e não pôde ver a expressão espantada de Seunghyun.
“Ah, desculpe, professor, mas o senhor é novo aqui na escola?”, todos ficam espantados com a calma do professor, que continuava escrevendo no quadro, de costas para a sala. Todos os professores eram orientados a nunca escolher o Seunghyun para responder perguntas na sala de aula porque “ele não gostava de ser encarado”. Sim, os pais dele e do Jiyong eram os mais ricos da cidade e se os filhos deles “não recebessem tratamento especial”, tudo viria por água à baixo e os diretores poderiam “perder os melhores alunos”.
O professor finalmente virou de volta para a classe e encarou as lentes escuras dos óculos de Seunghyun, que franziu a testa incomodado.
“Eu sou professor dessa escola há 10 anos e não vejo problema em fazer uma pergunta tão elementar a um dos alunos mais brilhantes dessa sala”, ele falou irônico e serenamente. Um aluno soltou uma risada tímida no fundo da sala. Seunghyun olhou-o com a certeza de iria quebrar a cara dele na hora do intervalo. O aluno escondeu o rosto embaixo do caderno.
“Não sei dizer exatamente a data em que ocorreu porque eu não estava lá, mas posso lhe afirmar que tanto uma quanto outra perseguiram, mataram e torturaram as pessoas por causa da fé. Não adiantou de nada. Hoje existem milhares de religiões no mundo e cada um sabe em que acreditar. Aliás, não é a Igreja que tortura hoje; são as pessoas”, ele respondeu com firmeza, mas ao mesmo tempo os outros alunos não entenderam porque ele parecia tão rancoroso. Seunghyun poderia não ser um aluno brilhante por causa de sua impáfia e pela antipatia pelos professores, mas ele tinha sempre uma resposta convincente para qualquer desafio lançado.
“Muito bem, senhor Seunghyun. Realmente o senhor está certo ao dizer que ambos os fiéis dessas igrejas sofreram torturas em nome de Deus. A sua resposta poderia ter sido ótima se tivesse respondido em quais períodos”, o professor fingiu gostar da resposta dele para evita qualquer tipo de confronto. Seunghyun curvou o corpo para frente, demonstrando impaciência.
“Não sou bom com datas, professor. Na verdade eu não ligo muito pra elas”, Seunghyun tentando retribuir a “gentileza” do professor.
“Será que alguém mais aqui na sala pode completar a resposta do Seunghyun?”¸ Sandara ergueu a mão.
“Ah, a senhorita novata sabe a resposta?”¸ Seunghyun virou imediatamente para trás, espantado.
“A Inquisição Católica ocorreu durante o século XII; a Protestante, no século XV”, ela respondeu com a segurança de uma nerd. Jiyong sorriu para ela, que o retribuiu com outro sorriso. Seunghyun, que estava quase esquecendo a raiva, voltou a sentir uma inquietação imensa. Ele permaneceu olhando pra trás, mas ela não deixou seus olhos se encontrarem. Talvez, se isso acontecesse ela perderia a superioridade que havia adquirido com a resposta certa.
“Muito bem, senhoria Sandara. Resposta correta”, o professor continuou a aula, divertida para Sandara; sonhadora para Jiyong; enfadonha para Seunghyun. As aulas seguiram tranquilas e nenhum outro professor fez perguntas ao Seunghyun.
Jiyong procurou Seunghyun por todo o intervalo. Até que ele o encontrou, sozinho numa mesa do refeitório.
“Onde você estava? E porque não respondeu as minhas mensagens de textos, cara?”, Jiyong perguntou apressado.
“Eu estava prestando atenção na aula”, ele falou espontaneamente e nem percebeu a expressão espantada do Jiyong.
“Desde quando você presta atenção à aula, Hyung? Tô te achando muito estranho ultimamente”, Jiyong bricou. Seunghyun o olhou com a expressão séria e fria.
“Qual é o problema? Você por acaso já viu o meu ultimo boletim? Se eu não conseguir notas boas eu vou me ferrar nas provas finais”, ele respondeu quase gritando. Jiyong estava acostumado com os ataques de raiva do amigo que nem se espantava tanto assim.
“Eu heim, você tá mesmo esquisito, cara!...Olha só, eu tomei uma decisão uma decisão muito importante. Talvez a mais importante dos últimos 19 anos da minha vida e eu preciso de te contar...”, ele falou de um jeito tão inocente que Seunghyun não deu tanta atenção.
“Já sei: finalmente vai tirar a carteira de motorista”, ele sorriu diante da própria torpeza.
“Deixa de ser idiota, irmão! A decisão que tomei é muito mais importante que carro. Eu decidi que irei pedir a Sandara em namoro na minha festa de aniversário!”, ele falou com aqueles olhos infantis. Seunghyun tirou os óculos tão rapidamente que não disfarçou seu olhar assustado.
“Você o quê?....”¸ele tentava compreender a felicidade do amigo, mas ao mesmo tempo tentava controlar a própria ira.
“É isso mesmo, Hyung! Eu estou apaixonado por ela. Ela é linda, inteligente, meiga, perfeita. Tá certo que às vezes ela parece durona, mas eu acho que é só uma defesa dela. Vou fazer o pedido durante a festa lá em casa. Você vai né?”, ele tinha certeza dos sentimentos, mas Seunghyun ainda não tinha absorvido a ideia de perder a Sandara pra ele.
“Você tem certeza disso, Jiyong? Porque primeiro ela tem que aceitar ir na sua festa”, ele ficou preocupado com a precipitação do amigo.
“Ah, isso vai ser moleza. Pode deixar comigo..Mas Hyung, eu queria a sua opinião. O que você acha que eu devo fazer? Sei lá, você tem experiência com garotas. Pra você sempre parece tão fácil chamar uma garota pra sair...Como é que você faz na hora?”, ele sempre pedia a opinião do Seunghyun quando estava interessada em uma garota.
“Ah, sei lá. Só chegar naturalmente. Você tá sempre nervoso e isso espanta as garotas...Eu só acho que você tem que tomar mais cuidado com a Sandara. Como você mesmo disse, ela é dunona e tem o lance da avó dela, e...”, os dois são interrompidos pela presença inesperada da Sandara bem atrás deles.
“O que voces estavam falando de mim? Posso saber?”, ela olhou firmemente para os dois, que permaneceram imóveis.
“Ah? A gente tava falando da aula de história. Aquele professor é um dos mais exigentes da escola e você o surpreendeu. Você é um tipo de nerd?”, Jiyong tentou disfarçar, enquando Seunghyun se escondia detrás dos óculos escuros. Sandara o observava séria. É claro que ela sabia que eles estavam mentindo. Que mudaram de assunto só porque ela havia chegado.
“Ah, eu apenas ajudei o Seunghyun, que parecia meio atrapalhado..”, ela desfiou-o com o olhar.
“E-eu? Atrapalhado? De onde você tirou isso?”, ele não deixou se intimidar.
“Deu pra perceber”, ela retrucou com o mesmo brilho no olhar. Seus olhos estavam inquietos por trás dos óculos sombrios.
“Err, Sandara. Eu tenho uma coisa pra falar...”, Jiyong ficou visivelmente envergonhado, de cabeça baixa. Ele estremeceu diante dela. Seunghyun percebeu a dificuldade dele e o cutucou com o pé, mas ele ficou ainda mais tenso.
“O que você quer me dizer, Jiyong?”¸ela perguntou ao mesmo tempo encarando o olhar inquietante de Seunghyun, enquanto Jiyong permanecia com a cabeça voltada para o chão tentando encontrar a melhor palavra para dizer a ela.
“O Jiyong quer te convidar para a festa de aniversário dele, que será no sábado. É isso”, Seunghyun, num impulso, numa vontade incontrolável e ao mesmo tempo inocente de ajudar o amigo. Sandara ficou surpresa.
“Err, você quer ir à minha festa? Você tem que ir. Não se preocupe com a sua avó. Contratei uma enfermeira particular que ficará com ela. Pode ficar tranquila”, ele conseguiu quebrar a timidez depois da ajuda do Seunghyun, que ficou observando o olhar encantado de Sandara diante do jeito infantil do Jiyong. Ela sorriu e segurou o ombro de Jiyong com carinho.
“Ah, era isso, Jiyong? Desculpa ter dito não na primeira vez que você pediu, mas é que você sabe, a minha avó não pode ficar sozinha... Mas eu fico muito grata por você ter se preocupado com isso. Tudo bem. Eu irei à festa”¸ Jiyong sorriu um sorriso infantil, enquanto os dois a observavam caminhar de volta até a cantina.
“HYUNG, você é o melhor amigo de todo o mundo! Eu não sei o que eu faria sem você. Cara, eu simplesmente travei diante dela”, ele estava radiante, enquanto Seunghyun permaneceu quieto, apenas decorando os cabelos de Sandara balançando de longe.
“De nada. Amigo é pra essas coisas mesmo. Mas foi engraçado o jeito que você ficou, cara! Se você não fosse meu irmão eu te dava uma bifa na hora”, os dois sorriram.
“Err, Hyung? Sabe a história da enfermeira particular que eu falei? Sabe, eu menti. Na verdade, meus pais tão viajando e eles não me deram minha grana da mesada. Eu tô quebrado. Err, será que...”, Seunghyun sorriu diante do gesto malandro de Jiyong.
“Ah, fala logo quanto você quer emprestado, cara!”, Seunghyun tirou a carteira do bolso.
“Não sei. Quanto você tem aí?”
“Mais que droga, Jiyong! Amigo é pra essas coisas né?”¸ ele entregou todo o dinheiro para iyong, que ficou feliz.
“Err, sabe..Tem uma outra coisa. Eu não sei onde contrata uma enfermeira particular. Você pode fazer isso pra mim? Vou ficar te devendo essa também. Eu vou tá ocupado organizando as comidas e bebidas da festa amanhã”, ele olhou pra Seunghyun como se ele fosse irmão mais velho que sempre resolvia tudo pra ele.
“Eu não acredito nisso, Jiyong! Como é que você pode ser tão irresponsável? Tá certo. Eu vou ver o que posso fazer até amanhã.”
“Você é um irmão, cara! Fico te devendo mais essa. Me liga quando conseguir a enfermeira”, ele se despediu de Seunghyun e foi até onde estava Sandara.
Ele não poderia bater no Jiyong, lógico que não. Ele era seu melhor amigo, praticamente um irmão. Como explicar ao Jiyong que ele a Sandara já tiveram um relacionamento, digamos, muito além da amizade? E que tudo isso ficou em segredo? Talvez fosse melhor não dizer nada. Jiyong estava visivelmente apaixonado por ela e Seunghyun não tentaria estragar a felicidade dele. Pelo menos era que ele achava, até então.
[...]
Finalmente o dia da festa de aniversário de Jiyong havia chegado. Muita bebida, comida, musica e barulho. Os pais de Jiyong proibiram que a festa durasse até de madrugada por causa da vizinhança, e pelo fato de ele ser o prefeito e que o filho dele “teria que dá bom exemplo”. Na verdade Jiyong não era bom exemplo em quase nada, a não ser com as garotas, que ele era um cavalheiro. Os primeiros convidados chegaram cedo. Jiyong estava preocupado porque Seunghyun não atendia as ligações, ele estava encarregado de contratar a enfermeira e nenhum sinal dele.
Seunghyun finalmente atende a ligação do Jiyong:
“Alô, Hyung? Cadê você, cara? To esperando você me dá uma noticia. Conseguiu a enfermeira?”, ele teve que falar muito alto por causa da musica alta.
“Jiyong...Alô? Jiyong, eu...vou....d.....”, a ligação caiu. Quando Jiyong ligou novamente estava dando como telefone desligado.
“DROGA, HYUNG! Eu não acredito que vai me deixar na mão”, ele ficou apreensivo.
Minji chegou à festa. Ela estava atraente demais com um vestido curtíssimo colado preto, meias pretas, sedutora, como sempre. Ela parecia procurar alguém.
“Oi, Minji? Tá procurando o Seunghyun? Ele ainda não chegou”, Jiyong percebeu o olhar distraído dela.
“Ah, Jiyong! Nossa, eu tava mesmo te procurando. Feliz aniversário, sweetheart! 19 anos, né? Tá ficando velho, hahahaha! Espero que você goste desse presente que comprei”,disfarçando, gentil, ela entregou um pacotinho rosa muito bem embalado a ele. Era uma marca de perfume super cara.
“Obrigada, Minji! Ah, um perfume! Você acertou mesmo. Eu adoro essa marca. Valeu”, ele guardou-o presente no baú de presentes gigante que estava posicionado na sala.
“Nossa, a sua casa é mesmo enorme. Dá pra se perder aqui dentro”, ela observou curiosa a bela decoração da sala. Havia várias pessoas espalhadas pela sala, jardim e no salão de jogos. A escola inteira estava lá. E os outros amigos de Jiyong também.
“Fica à vontade, Minji. O pessoal tá espalhado por aí. O Daesung deve está na cozinha. E a banda tá tocando no jardim”.
“Ah com certeza”, ela se misturou com a galera da escola.
Longe dali, Seunghyun estava à beira de um ataque de nervos. Ele havia contratado a enfermeira, mas teve que buscá-la na casa dela, num bairro barra pesada. Se não bastasse isso, no meio do caminho até a casa do Jiyong, o táxi em que eles estavam quebrou e ele teve que ligar para o motorista dos pais para ir buscá-lo. Após vários minutos esperando num posto de gasolina, finalmente o motorista chegou e ele pôde levar ele e a enfermeira. O táxi custou uma fortuna, e o Seunghyun ainda teve que molhar a mão do taxista por causa do ocorrido. E a enfermeira cobrou os dois olhos da cara porque era final de semana. Mas o que ele não faria pelo Jiyong? Ou seria pela Sandara?
Finalmente, após muitos imprevistos, Seunghyun e a enfermeira chegaram à casa de Jiyong, que fervia com a música e os estudantes, que lotavam a casa. Os olhos de Jiyong brilharam ao ver Seunghyun chegando. Ele nem acreditou no que estava vendo.
“HYUNG! Você quase me matou de aflição! Eu pensei que não tinha conseguido e o pior, que não viria à festa”, ele estava aliviado.
“E eu iria decepcionar você? Aqui a enfermeira particular”, ele apresentou-a e eles se dirigiram até a garagem da casa.
“E porque vocês demoraram tanto, cara? Onde está a sua moto?”, ele observou espantado.
“Achei melhor não ir de moto. Estávamos do outro lado da cidade e o táxi quebrou. Mas isso é uma longa história”, Seunghyun estava visivelmente cansado.
“Você é um amigão! Tô te devendo essa”, ele bateu no braço de Seunghyun, que sorriu de volta.
“Me devendo mais essa, né?.. A propósito, esse aqui é o meu presente de aniversário pra você”, ele entregou uma sacola. Dentro havia uma embalagem cinza escura bonita. Ao abrir, Jiyong deu de cara com um tênis de caveira estiloso, único da coleção Jeremy Scott importada, que ele estava namorando há tempos.
“Nossa, Hyung! Cara, esse tênis é demais, cara! Eu tava querendo ele há tempo! Como você conseguiu? Ah, eu sou um imbecil mesmo. O que é que você não consegue? Obrigada, irmão!”, ele adorou o presente. Seunghyun ficou feliz ao acertar no presente.
“Você esqueceu que minha mãe é ex-modelo internacional, Jiyong? Ela conhece todos esses estilistas famosos. Só precisei pedir a ela fazer uns telefonemas e pronto. Não precisa me agradecer, hahahaha!”, ele sorriu e deu um tapinha nos ombros do amigo.
“Meu Deus! Tenho que correr. A Sandara está me esperando...”, ele olhou apressado para o relógio. Acomodou a enfermeira no banco de trás e entrou no carro. Seunghyun o observou sério.
“Apresse-se. Ou ela irá pensar que você esqueceu dela”, ele brincou.
“Eu esquecer da Sandara? Jamais, amigo. Fique à vontade. Eu vou demorar um pouco”, Jiyong saiu veloz. Seunghyun permaneceu pensativo. Ele sabia que aquela noite seria decisiva para o amigo, mas ao mesmo tempo seria decisivo pra ele também. Afinal, como ele iria reagir à convivência diária do novo casal de namorados da escola? Ele teria que aceitar a felicidade dos dois. Teria que aceitar o sorriso de Sandara toda vez que ela entrasse pela porta da sala. Aqueles cabelos negros percorrendo todos os lugares.
Seunghyun pegou uma mochila com roupas limpas no porta-malas do carro, se despediu do motorista e subiu a um dos quartos de hóspedes para tomar banho. Ele vestiu roupas escuras, como de costume. Somente uma camisa vermelha por dentro do casaco para constratar um pouco. Os cabelos, na altura do pescoço, estavam um pouco molhados, então ele arrumou com gel e pronto. Estava simples e bonito. Seunghyung não precisava fazer muito esforço pra ficar elegante e charmoso. Ele preferiu não usar seus famosos óculos escuros.
Ele desceu até a sala, onde serviam muitas bebidas. Ele observou as bandejas cheias de copos cintilantes, o cheiro, o barulho de gelo batendo, as vozes por todos os lugares. Um ambiente tentador para ele, mas ele estava enfrentando uma abstinência necessária. Seunghyun não podia beber, por causa, digamos, da sua amnésia ou coma alcoólico e as outras doenças que ele apresentava. Poderia até se dizer que ele era um alcoólatra, mas as pessoas não o chamavam assim, porque talvez elas tivessem medo de admitir que ele fosse realmente doente. O fato era que ele teria de controlar a própria vontade, ou o pior poderia acontecer.
Tudo estava aparentemente normal e controlável, até a Minji aparecer sorrateiramente por trás dele. Ela estava linda, sensual, com aquele olhar típico dela de “Eu posso ser sua esta noite, honey” , mas ele preferiu ser forte diante das tentações dela.
“Oi, Seunghoney! Há quanto tempo você estava aí? Pensei que estivesse fugindo de mim”, ela o acariciou os ombros, enquanto tentava beijá-lo lentamente. Mas ele a evitou.
“Oi, Minji!”, ele suspirou diante do perfume adocicado dela.
“Você está tão lindo, meu amor. Eu poderia casar como você agora mesmo”, ela o abraçou calorosa. Ele sentiu-se sufocado, mas ao mesmo tempo atraído pelo perfume dela.
“Que perfume está usando?”, ele lutava para não sucumbir, mas aquele cheiro parecia arrastá-lo até os lábios de Minji.
“O perfume de sempre, meu bem. Você gostou?”, ela sorriu sedutora enquanto ele lutava contra os próprios sentimentos.
“Tem alguma coisa diferente nele hoje..”, ele deixou os olhos dele encontrarem os dela, que estavam muito maquiados, marcantes.
“Impressão sua. Vou pegar alguma coisa pra você. Vou já”, ele observou o andar perigoso dela.
Aquele perfume da Minji, os lábios dela, as bebidas, a música. Tudo estava contribuindo para que ele Seunghyun saísse da abstinência.
[...]
Enquanto isso, Jiyong, ansioso, esperava Sandara, descer as escadas. Vovó May o observava de forma engraçada. Ele naturalmente achou aquilo estranho. “Porque aquele outro rapaz bonito, o Seunghyun, não veio buscá-la? Alguma coisa não está certo”¸ ela pensou.
“Então, a senhora gostou da enfermeira? Ela irá ficar aqui cuidando da senhora tá a festa acabar.”, ele falou tímido.
“Ah, claro. Muito obrigada, meu filho. Você está sendo muito gentil. Finalmente a minha Dara vai se divertir um pouco. Você sabe, né? Ela passa o tempo todo estudando de cuidando de mim. Ela merece sair com os amigos”, ela estava feliz.
“De nada. Eu gosto muito da sua neta, então eu não vou medir esforços para que ela se sinta feliz”, ele sorriu com um brilho no olhar. Vovó May ajeitava os óculos enormes, observando-o.
O coração de Jiyong bateu mais forte ao ver Sandara descendo as escadas, vestida de luz. Ela usava um vestido rosa claro romântico e um sobretudo branco. Seus cabelos negros brilhavam ainda mais diante dos olhos dele. Ela sorriu meiga ao vê-lo.
“Você está linda. Igual a uma princesa!”,ele não podia esconder que estava apaixonado. Ela permaneceu tímida.
“Obrigada, Jiyong. Você também está bonito”, ela o abraçou carinhosamente.
“Bom, a vovó May já está entregue aos cuidados da enfermeira e tudo vai ficar bem. Então, poder ir?”¸ele segurou-a nos braços, enquanto vovó May analisava os gestos apaixonados dele.
“Tudo bem. Podemos ir, mas antes quero te entregar uma coisa: tá aqui o meu presente de aniversário. É muito simples, mas espero que goste. Feliz aniversário!”, ela um entregou uma caixinha simples embalada, e dentro havia um chaveiro engraçado em formato do desenho do Papa-léguas. Ele sorriu tímido.
“Hahaha! Obrigada. Adorei, Sandara. Irei colocar na minha chave do carro”
“Achei parecido com você”, ela percebeu o olhar tímido dele.
“Bem. Estamos prontos para ir? Estão todos esperando na festa”¸eles se despediram da vovó May e foram até o carro. Jiyong colocou o chaveiro e olhou-a com carinho. “Quando estiver dirigindo irei sempre me lembrar de vocꔸele falou apaixonado. Sandara ficou espantada. E eles seguiram até a festa.
Todos ficaram espantados ao verem Sandara e Jiyong chegando juntos. Logos, muitos olhares se dirigiram até eles. Daesung fez um sinal para os dois se aproximaram de um grupo de amigos do Jiyong. Sandara permaneceu tímida e ao mesmo tempo distante na conversa deles. Ela parecia procurar por alguém. “Onde ele está? Será que não veio?”, ela pensou. A sala estava um pouco escura, mas ele pôde reconhecer os cabelos vibrantes da Minji, que pegava uma bebida no bar. Ela observou aquele andar vulgar e aquele sorrisinho na boca, enquanto Minji caminhava em direção ao jardim.
“Vou pegar um refrigerante. Você quer, Jiyong? Tem um garçom lá fora no jardim”, ela perguntou, observando a grande movimentação lá fora, onde a banda estava tocando.
“Tudo bem. Fica à vontade”, ele sorriu daquele jeito encantador. Ela atravessou a sala e foi até o jardim. Lá era imenso e bonito. Havia muita gente por todos os espaços, na beira da piscina, nos bares, nas mesas e próximos da banda. Ela não conhecia ninguém da escola além de Jiyong, Seunghyun, Minji e Daesung. Mas todos a conheciam. Todos a cumprimentavam, talvez por acharem que era realmente a namorada do Jiyong e isso a deixava popular.
Enquanto esperava o refrigerante, ela percebeu que alguém a observava. Foi quando seus olhos encontraram os do Seunghyun. Seu coração disparou diante da presença dele. Ele estava na sua frente, com aqueles olhos desprotegidos. “Como pode ser tão lindo. Esses olhos..”, ela pensou, sucumbiu. Levou alguns segundos até se dá conta de que ela não podia estar lá e que deveria tomar muito cuidado com o seu nervosismo. Mas ele a prendeu em seu olhar como sempre.
“Está encantadora de rosa”, ela ficou vermelha. Tentou desviar o olhar, mas foi em vão.
“E você não está usando óculos escuros. Esse é você mesmo?”, ela retrucou com firmeza. Tentou disfarçar que estava atraída só pelo novo jeito do cabelo dele. Não poderia ficar evidente demais.
“Às vezes eu preciso mudar de estilo”, ele respondeu irônico. Ela sorriu tímida, mas logo voltou a ficar séria com medo que ele percebesse seu nervosismo.
“Não sei. Certas coisas nunca mudam..”, ela permaneceu séria.
“Dara, eu preciso conversar com você. Mas tem que ser longe daqui”, ele falou sério. Ela ficou surpresa.
“Conversar?”, ela franziu a testa.
“Tem que ser antes de o Jiyong chamar você...”, ele estava ansioso.
“O que eu teria pra conversar com você? Eu não pretendo ficar sozinha com você. Se você quiser falar, pode falar aqui mesmo”, ela falou apreensiva.
“Mas, aqui não é um bom lugar.. Temos que ir para um lugar mais reservado..”, ele insistiu. Minji se aproximou e entrelaçou o braço com o de Seunghyun, olhando-a com aquele típico olhar de deboche. Sandara ficou séria. Ele ficou irritado com a presença da Minji.
“Oi, Sandy? Porque você não vai ficar com o seu namorado aniversariante? Ele tá lá sozinho”, elas se olharam e travaram uma batalha mortal. Seunghyun ficou apreensivo. Sandara permaneceu esperando alguma reação dele, que ele fizesse a tal pergunta, ou que despistasse a Minji e toda aquela arrogância dela pra que eles pudessem conversar, era tudo o que ela queria. Mas ele ficou imóvel, sem palavras, frio. Os olhos dele estavam paralisados.
“Como eu disse: certas coisas nunca mudam”, ela saiu em direção à sala onde estava Jiyong e os amigos. Seunghyun continuava imóvel.
“O que ela quis dizer com isso? Você sabe, Seunghyun?”
“Nada. Ela não quis dizer nada, Minji”, ele respondeu irritado. Minji trazia uma bebida quente. Ele lutou contra a ansiedade. Minji não dava espaço para que ele pudesse respirar ou que ficasse longe daquele desejo. Parecia que ela queria que ele bebesse.
Sandara ficou a maior parte da festa do lado de Jiyong. Ele estava radiante. Mal podia esperar para chegar o momento em que faria o pedido. Ele havia escolhido depois dos parabéns.
Finalmente a hora do bolo havia chegado. A banda entrou na casa para tocar a musica e todos comemoraram a chegada dos 19 de Jiyong. Após os parabéns Sandara foi até o banheiro. E foi quando Jiyong avistou Seunghyun, aparentemente, tonto, e ficou preocupado.
“Hyung? Você bebeu cara?”, ele perguntou espantado.
“Eu? Tá maluco! Eu tô de abstinência. Não posso colocar uma gota de álcool na minha boca”, ele respondeu cambaliando. Seunghyun estava visivelmente bêbado. Jiyong ficou preocupado com o amigo porque ele sabia que aquilo não poderia estar acontecendo.
“Minji, o que ele tomou?”, ele perguntou sério. Minji fingiu não saber de nada.
“Não sei, Jiyong. Ele estava com um copo de bebida ainda a pouco, quando me distraí e fui ao banheiro”, ela mentiu.
“Leva ele pro meu quarto e não tira os olhos dele. Eu vou pedir pra alguém do Buffet levar um remédio, alguma coisa pra ele”, ele pediu.
“Tudo bem. Não se preocupe. Não vou tirar os olhos dele”, ela respondeu agarrando Seunghyun pela cintura. Ela adorou a ideia do Jiyong. “Levar o Seunghoney pro quarto? Você me deu uma ótima ideia, Jiyong”.
Sandara voltou do banheiro e se deparou com a cena lamentável de Minji levando Seunghyun pra cima. “Eu não acredito que ela tá fazendo isso! Na frente de todo mundo?”, ela sofreu. Seu coração disparou. Realmente aquilo representava o fim daquela possível história de amor? Ou será que ela ainda tinha esperança de que pudesse dar certo?
Minji, com muito esforço, conseguiu guiar Seunghyun até o quarto de Jiyong. Ela o deitou na cama. Ele estava muito tonto, sem noção de muita coisa. Apenas sentia o cheiro do perfume da Minji, que parecia ter impregnado todo o seu corpo.
“Que perfume é esse? Tá me deixando estranho”, ele estava com a visão turva.
“Eu sabia que ia gostar, meu amor. Foi uma fragrância especial que comprei pra esta noite”, ela retirou o frasco da bolsa. Era um perfume erótico. Ele aguçava os sentidos masculino.
“Você o quê?...”, ele não podia mais controlar os próprios movimentos.
Ela se aproximou e deitou na cama com ele. E num movimento sensual, ela abriu o vestido e guiou as mãos dele até os seios dela. Ele não tinha forças pra evitar. Então, ela retirou outra coisa da bolsa: pequenos comprimidos suspeitos que ela havia colocado no refrigerante dele. Por isso ele estava tão alterado.
“Tá vendo isso aqui, meu amor? São os seus remedinhos do amor. Você toma, e pronto! Fica pronto pra mim!”, ela beijava-o sensualmente.
“O que você fez, Minji?”, ele balbuciava.
“Shhhhh... Fica quieto. Você nem vai lembrar disso, honey. Olha como eu sou demais. Agora, seja bonzinho e me beija”, ela o beijava, mas ele era apenas um corpo deitado na cama fora de todos os sentidos.
Enquanto isso, Sandara, afogada no próprio ciúme, não queria acreditar no que estava acontecendo. Minji e Seunghyun novamente juntos, e desde sempre. E que ela poderia fazer a respeito disso?
Jiyong, aproximou-se dela, carinhosamente. Ele segurou em suas mãos pequenas. Ela ficou espantada.
“Sandara, tem uma coisa que eu quero te falar...”, ele estremeceu diante da timidez, mas era chegada a hora de dizer. Seunghyun não estaria ali para ajudá-lo. Na verdade, quem estava precisando de ajuda era o Seunghyun.
“Pode falar...”, ela olhou os olhos brilhantes dele.
“Desde a primeira vez que vi você... Eu... me apaixonei! Isso mesmo. Estou apaixonado por você. E o que eu tenho pra pedir agora é se.... Você quer namorar comigo?”, ela ficou chocada. Seus olhos saltaram. Ficou vermelha e ao mesmo tempo confusa. Como ela poderia está apaixonada por outro? Como dizer isso ao Jiyong, que era um doce de pessoa? Talvez fosse melhor não dizer nada. Mas o coração dela estava magoado demais com o Seunghyun, que estava lá em cima no quarto, com a Minji. Talvez estivessem transando, ou não. De todas as hipóteses, a pior era sempre a mais aceitada. E se eles estivessem transando de verdade? Todos os sentimentos passaram pela cabeça e coração de Sandara. Ela estava confusa, magoada, apaixonada pelo cara errado. Por outro lado, o cara mais legal de todos os tempos estava ali, se declarando pra ela, na melhor e mais simples forma de amar. Mas não não estaria apaixonada por ele, e sim pelo outro que mais parecia um conquistador.
Talvez o príncipe de Sandara não fosse o Seunghyun e sim o Jiyong. “Mas eu não estou apaixonada por ele”, ela pensava sem parar. E o que isso importava naquele momento? Seu coração estava destruído pelo Seunghyun, e ele estava com a Minji. Jiyong era um cara gentil, cavalheiro, romântico, educado. Um ótimo partido. Um namorado perfeito.
Ela, num impulso quase consciente, respondeu:
“Aceito”
Jiyong quase não acreditou naquela palavra. Os ensinamentos do Seunghyun estavam certos? “Seja você mesmo e não fique nervoso na frente das garotas. Isso espanta elas”, ele pensou. Inacreditável! Ela disse sim. Eles estavam oficialmente namorando. Mas faltava o ato principal de todo namoro: o beijo. Como beijar um garoto? E principalmente quando não é aquele garoto que você gosta, mas que queria gostar? E se isso fosse uma tentativa de esquecer o outro? Tinha alguma chance de dar certo?
“Agora somos namorados. Minha querida, Sandara”, ele aproximou os lábios lentamente. Ela fechou os olhos. Ela quis sentir a respiração do Jiyong, mas sua memória trouxe a respiração do Seunghyun. Aquela respiração com gosto de chocolate. Aquela mesma que ela sentiu quando beijou o Seunghyun pela primeira vez.
Mas não. Não era ele. Eram os lábios inocentes do Jiyong.