Sandara segurou a mão dele. Com cuidado porque teve medo que ele sentisse todo o nervosismo dela. A pele dele estava quente. O rosto dele, ainda pálido. Ela observou os para-médicos. Incrível como eles conseguiam trabalhar tão rápido e mesmo assim mostrar eficiência. O espaço era tão pequeno que não dava pra imaginar como quatro médicos, um paciente e um acomapante – no caso, ela – cabiam ali dentro.
A ambulância foi tão rápida, quase voando.
E, por instante, ela pôde sentir quando Seunghyun apertou a mão dela. Ele segurou firme. Foi quando ela viu aqueles dois olhos se abrindo lentamente. Não totalmente abertos. Sandara quase não acreditou naquilo. Como quando ela os viu pela primeira vez na escola. O coração dela, que já estava quase se acalmando, começou a bater desesperado de novo. “Seunghyun..”, ela sussurrou. E travou a voz com um choro. Ela chorou silenciosa. Os olhos dele ainda estavam olhando pra ela. Ela pôde ver quando um sorriso se formou nos lábios dele. Muito pequeno, ma bonito.
Foi aí que Sandara percebeu que ele estava bem. Ela apenas sabia. Ela sorriu e as lágrimas caíram devagar. Ela também teve outra certeza. De que ela estava perdidamente apaixonada por ele.
Quando a ambulância chegou ao hospital logo levaram Seunghyun para a sala de emergência. Ela ficou atenta a cada detalhe.
As enfermeiras checaram os sinais vitais dele e todos aqueles fios que estavam ligados no corpo dele. Um médico chegou. Ele leu o que estava na ficha e falou algumas coisas para as enfermeiras. Colocaram mais alguns fios nele e aplicaram remédios. Todo o procedimento durou uns 10 a 20 minutos.
Quando a equipe terminou, o médico chamou Sandara para falar com ele.
“Você é da família dele?”
“Err, não”
“Aqui na ficha diz que você é a namorada dele. É verdade?”
Ela ficou sem jeito.
“Sou sim..”
O médico continuou lendo a ficha dele e ficou alguns intantes em silêncio. Aquilo deixou Sandara mais nervosa.
“O que está acontecendo? Ele está bem? É muito grave? Eu quero saber..”
O médico levantou a cabeça e respirou fundo.
“Sabe o que seu namorado andou tomando? Um verdadeiro cocktail da morte”
Ela ficou pálida.
“O quê?”
“Isso mesmo! Esses são os sintomas de um suicida. Por acaso sabe me dizer porque ele faria isso?”
“N-não... Eu não entendo..Ele não faria isso...”
O médico voltou a ler os exames de Seunghyun. Aquilo realmente estava incomodando Sandara. Porque os médicos nunca olham na cara quando precisamos de respostas?
“Doutor, ele vai ficar bem? Por favor me diga..”, ela falou com a voz trêmula.
Ele respirou novamente.
“Sim. Ele vai ficar bem...”
Ela respirou aliviada.
“Posso ver ele agora?”, ela perguntou.
O médico parou novamente. Ajeitou os papéis e tirou os óculos.
“Você sabe o que é cardiomiomatia?”
“Não”
“É uma doença do coração. É o que o seu namorado tem”
Sandara quase parou de respirar. Ficou branca igual a um papel. Ela não estava acreditando no estava ouvindo.
“O quê?... O que o senhor disse?”
“Seu namorado tem uma doença do coração chamada cardiomiopatia. É quando o músculo do coração fica fraco e não consegue bombear sangue. Não sabia disso?”
“N-não..Não sabia..”
“Isso deve ao uso de alcool, dorgas, cigarro, estresse, vida cedentárias etc.. Às vezes a pessoa passa a vida inteira e não sabe que tem a doença”
Ela tentou recuperar o fôlego. Estava tonta com aquelas palavras. Não sabia o que pensar. Estava em pânico novamente.
“Doutor, diga-me... E-ele vai morrer? Por favor me fale..”, os olhos dela estavam vermelhos.
“Se ele continuar fazendo isso com ele mesmo, sim!..”
Ela colocou a mão na boca. Estava tão nervosa que não conseguia controlar o choro.
O médico tocou no ombro dela.
“Calma, filha! Ele vai ficar bem. Fique tranquila. Só precisa cuidar mais de si mesmo. Tudo que ele precisa fazer é mudar de vida. Ficar bem longe de álcool, drogas e todas essas porcarias que estão acabando com a vida dele. Você pode ajudá-lo. Tenho certeza que pode..”
Sandara olhou os olhos do médico por trás dos óculos de grau. Ela continou chorando.
“Vá...Pode ficar com ele..Está sendo medicado agora. É só esperar até que recobre as enrgias..”
Ela ficou em silencio e observou quando o médico se afastou e voltou para outros atendimentos.
Sandara tocou a mão de Seunghyun. O rosto dele estava um pouco mais corado. Mas ainda estava muito fraco. Ela permaneceu sentada ao lado dele o tempo inteiro. De repente, alguém bateu na porta. Era Jiyong.
Ela olhou pra ele de um jeito estranho. Ele percebeu as mãos dela acariando a mão de Seunghyun. Ele ficou parado encostado na parede perto da porta. Sandara deixou a mão de Seunghyun.
“Você veio....”, ela falou quase sussurrando.
“Fiquei preocupado”, ele disse.
Jiyong não se aproximou da cama. Apenas observou de longe. Não conseguia ver o amigo. Ficou o tempo todo com a cabeça baixa.
“Ele vai ficar bem..O pior já passou”
Sandara observou o olhar dele. Jiyong ficou incomodado com aquilo. Ele sentiu uma sensação estranha. Estava realmente incomodado ao ver Sandara tão dedicada ao amigo. Não chegou a sentir ciúmes, mas quase isso. Raiva? Talvez.
“Os pais dele estão a caminho.. Falei com eles pelo celular.”
Sandara tremeu o corpo. Oh MEU DEUS! Era a primeira vez que ela veria a mãe e o padrasto de Seunghyun. Como ela se sentiria?
“Liguei pra sua avó também! Ela ficou muito nervosa. Pediu que você ligasse pra ela urgente..”
Ela ergueu o corpo e foi até o sofá onde estava a bolsa. Pegou o celular.
“Pode ir lá fora pra ligar. Eu fico aqui com ele” ele falou.
Sandara saiu do quarto.
Jiyong permaneceu encostado na parede.
Ele tentou olhar para Seunghyun, mas teve medo.
Foi aí que ele viu. Ele pôde enxergar o rosto pálido do amigo. Aqueles fios ligados ao corpo dele. O respirador no rosto dele. Foi a pior cena que Jiyong viu na vida.
Ele se aproximou da cama. Ficou tonto. Os olhos dele estavam ardendo. Foi quando ele começou a chorar. “Porque, Hyung? Porque fez isso?...”, ele falou com a voz fraca. Não sabia o que fazer. Seunghyun estava adormecido. Jiyong sentiu remorço, medo, vergonha. Vergonha de ser um amigo tão idiota. Vergonha de tê-lo deixado lá, caído na boate. Se não fosse a Sandara talvez ele estivesse... “Droga, Hyung! Me perdoa, cara. Eu sou o pior amigo do mundo”, ele falou. O choro de Jiyong era igual a de uma criança.
O choro de Jiyong foi interrompido quando Lila e Ryun entraram desesperados no quarto.
“Seunghyun...Meu filho!!! Oh Meu Deus!”Lila estava aos prantos. Ela de debruçou no corpo do filho. “Não me dixa, meu filho! Não...”, ela tocou o rosto dele. Ryun tentou acalmar a esposa. Foi quando Seunghyun abriu os olhos devagar.
“Oh, Meu filho! Graças a Deus!”, Lila segurou a mão do filho.
O médico entrou no quarto. Todos estavam aflitos.
“Você são os pais do Seunghyun?”
“Sim”, Lila e Ryun responderam juntos.
“Precisamos conversar. Podem vir até a minha sala?”
Eles saíram com o médico.
Seunghyun ainda estava com os olhos abertos quando Jiyong se aproximou novamente dele. Eles se olharam. Foi quando ele viu uma lágrima cair no rosto de Jiyong.
.......
O médico explicou toda a situação a Lila e Ryun. Ela, naturalmente, ficou desesperada. Ryun teve que pedir que o médico desse um calmante a ela. O choro dolorido de Lila chamou a atenção de Sandara, que estava no final do corredor onde ficava a sala do médico. Ela se aproximou lentamente e ficou escondida na porta entreaberta. Ela saiu antes que eles a vissem.
Lila e Ryun voltaram para o quarto de Seunghyun. A mãe parecia mais calma. Sandara permaneceu do lado de fora. Foi quando ela lembrou que tinha que fazer uma coisa. Pegou o celular de Seunghyun que estava na bolsa dela e procurou um número na lista telefônica.
Discou.
Uma mensagem de voz.
“Eu não acredito! O celular da Minji tá desligado?”
Sim! Sandara ligou para Minji! Talvez, num momento de desespero ela pensou que a Minji deveria saber o que estava acontecendo com o noivo. O que ela estava fazendo afinal?
Ela tentou o outro número de Minji que estava salvo na agenda dele. O número da casa dela.
Discou.
Demoraram a atender.
“Alô? É da casa da Minji?”
“Sim”
“Aqui quem tá falando é uma amiga do Jiyong. Posso falar com ela? É urgente”
“A Minji não está em casa? Quer deixar recado?”
Como assim Minji não estava em casa? Era quase meia-noite.
“Por favor, tentei ligar para o celular dela, mas está deligado. Avise a ela que o Seunghyun está no hospital”
“No hospital? O que houve com ele?”, a garota, que tinha voz de adolescente, ficou aflita.
“Aconteceu um acidente com ele. Mas já está tudo bem. Ele está no hospital. Avise a Minji o quanto antes, por favor!”
“Tudo bem! Vou avisar assim que ela chegar”
Ela desligou o celular.
Sandara achou aquilo muito estranho, mas preferiu deixar pra lá. Afinal de contas, ela já tinha feito a parte dela.
Jiyong saiu do quarto. O rosto dele estava vermelho. Ele tentou disfarçar colocando imediatamente os óculos escuros, mas Sandara percebeu tudo.
“Ele vai sair dessa..”, disse. Sandara segurou a mão dele com carinho. Ela sentiu que estava gelada.
“Não fique assim, Jiyong! Tudo vai ficar bem. Tenho certeza que amanhã ele vai está muito melhor.”
Ele respirou fundo a abraçou. “Você tinha razão, Sandara. Eu deveria ter cuidado do Seunghyun. Eu fui um idiota. Você me ajudou a enxergar a verdade” disse com uma voz trêmula.
“Que bom, Jiyong.. Que bom..”, ela retribuiu o abraço. Mas as lágrimas que caíam no rosto dela não negaram. Ela não podia dizer a Jiyong sobre a doença de Seunghyun. Ela teve medo que ele sofresse. Imagina só o remorço que ele sentiria ao saber que quase deixou o amigo morrer por causa de um orgulho idiota? Talvez Jiyong não suportasse a dor do arrependimento. Ela achou melhor ficar em silêncio. Não contar nada. Naquele momento, Sandara prometeu a ela mesma que ajudaria o Seunghyun com todas as forças. Não importava como. Mesmo que ela tivesse que enfrentar a Minji ou o Jiyong. Ela estava decidida.
Salvar o Seunghyun! Essa seria a missão de Sandara!
Jiyong se despediu dos pais de Seunghyun. Sandara não quis entrar no quarto. Então, eles foram para casa dela.
........
Era quase 01:00 da manhã quando eles chegaram em casa. Vovó May abriu a porta aflita.
“Digam! Como está o Seunghyun? Ele está bem?”
“Sim, vó! Ele está bem..Na medida do possível..”, disse Sandara.
“Mas o que houve com ele?”
Houve um silêncio. Não disseram uma só palavra. Vovó May entendeu que não era um bom momento para falar. “Estão casandos!”, ela disse.
“Realmente eu tô muito cansado! Vou pra casa..”, ele se despediu delas, chamou Miss Ernestine e foram embora.
Sandara permaneceu sentada na cozinha. Ela parou. Fechou os olhos. As lágrimas começaram a cair novamente. Vovó de aproximou dela, mas não quis interrompê-la. “Estou rezando!” Sandara falou entre as lágrimas.
“Dara, diga-me. O que aconteceu com o Seunghyun...”
“Uma coisa horrível, vó! Ele quase morreu..”
Vovó May segurou as mãos pequenas da neta.
“Aquele problema dele?...”
“Sim...Só que pior...”
As duas ficaram alguns segundos em silêncio. Somente os sussurros de Sandara.
“Tem mais alguma coisa, Dara? Aconteceu mais alguma coisa?..”
Sandara respirou fundo e olhou no olhos cansados da avó.
“Ele está doente, vó! Tem uma doença do coração...”, ela voltou a chorar, só que dessa vez, copiosamente. Vovó May segurou bem forte nas mãos dela.
“O Seunghyun vampiro não vai morrer, Dara! Ele me fez uma promessa. Eu sei que ele não me decepcionaria”
Sandara olhou espantada. O que a avó estava falando afinal? De qualquer forma, ela sentiu esperança nas palavras da avó.
“Se eu, que sou velha e doente, estou aqui viva e saltitante, imagina o Seunghyun que é bonito e jovem? Ele vai ficar bem!”
Sandara deu um pequeno e tímido sorriso.
“Está cansada. Vá dormir. Amanhã é sábado e não tem escola. Descanse um pouco”
“Não se vou conseguir..”
“Vai sim, minha filha. Tem que ficar forte. Ele vai precisar”
Sandara pegou a bolsa e subiu as escadas devagar.
A imagem do espelho da penteadeira refletia uma garota triste. Os olhos cansados de chorar debaixo da maquiagem leve. Ela começou a tirar o vestido azul. Ao mesmo tempo lembrou cada detalhe daquela noite. De como ele sempre conseguia conquistar o beijo dela. De quando ele a segurou nos braços e ela se sentiu segura. Estava tão bonito naquela noite. Todo de preto. Olhar sombrio. Aqueles olhos. Aqueles lábios. O corpo quente dele. Não dava pra saber qual era a parte mais bonita do corpo dele. Vampiro.
Sandara tomou um banho devagar. Ela tentou acalmar os pensamentos.
Ela deitou na cama. Mas algo fez com ela levantasse espantada. “Meu Deus! As coisas do Seunghyun estão comigo!”. Ela correu até a bolsa e constatou: o celular e carteira com todos os documentos dele. Ela lembrou quando chegou ao hospital e mostrou os documentos dele na recepção. Mas foi ela que assinou a ficha dele. “Oh!”, ela fez uma cara de assustada. Será que aquilo seria uma coisa muito grave? Talvez não.
Ela guardou tudo de volta na bolsa. Mas teve uma vontade incontrolável de fazer uma coisa. Pegou o celular dele volta. O que procurar no celular de Seunghyun? “Não! Não posso fazer isso!”, ela disse. Claro! Ela não podia mexer nas coisas deles. Seria muito feio. Isso seria mais a cara da Minji.
Sandara não resistiu!
Apertou na agenda e foi direto para as últimas chamadas atendidas.
Ela ficou espantada. Ao meso tempo feliz. O número dela foi a última ligação recebida. “Ssantokki”. Ela não conteve o sorriso. O nome dela na agenta dele era Ssantokki? Coelhinha? Que coisa mais fofa do mundo! “Ahh, Seunghyun.... Como pode ser tão lindo?”, ela disse. O que a Minji diria se visse aquilo? Com certeza, tentaria arrancar o coração dela. Qual seria o nome de dela no celular dele? Víbora? Não! Melhor parar de mexer no celular dele.
Espera um pouco!
Mais uma coisa no celular chamou a atenção de Sandara.
“Tem uma mensagem de voz não lida. De quem será?”
Ouviu ou não ouvir? Mais aquilo não estava certo. E se fosse alguma coisa nojenta da Minji? Pior: de outra garota? “Não Sandara! Para com isso!”.
Ela apertou o botão e ouviu a mensagem:
Seunghyun, meu filho...Sei aonde você foi. Foi encontrar aquela garota, a Sandara. Estou muito preocupada. Não ficou bom da gripe e já saiu de casa...Oh, meu filho. Você ama essa garota! Toma cuidado. Não demore muito.
O coração de Sandara bateu mais forte do que antes. Só que dessa vez não foi por medo ou dor. Era de felicidade. A mãe dele sabia de tudo. “Ela disse que ele me ama?”, ela ficou confusa. Aquilo era mesmo verdade? oh Meu Deus! Ela conseguiu sorrir. Sorriu com todo o corpo.
Ela lembrou o que Vovó May disse: “O Seunghyun vampiro não vai morrer, Dara! Ele me fez uma promessa. Eu sei que ele não me decepcionaria” . Qur tipo de promessa era aquela?
Nada mais importava. “Ele me ama..”, ela fechou os olhos. E tentou imaginar que ele estava lá com ela. Como seria a voz dele se ele dissesse “Eu te amo, Dara! Eu te amo, Ssantokki” ?. Não. Era impossível imaginar isso sem antes Sandara desmaiar.
.......
Lila dormiu debruça sobre a cama do filho. Ryun saiu bem cedo para comprar café. Ela ouviu a voz do filho. “M-mãe..”, ele falou muito devagar. Lila abriu os olhos lentamente. “M-mãe...”
“Oh! Seunghyun! Meu filho! Graças a Deus!..”, ela o abraçou. Tocou nele como se quisesse ter certeza que estava tudo certo. “Você está bem? Como está se sentindo?”. Ele apertou a testa e olhou ao redor. Fez uma cara estranha.
“Que lugar é esse?”
“Não se lembra? Você veio pra cá por hospital ontem à noite..”
Ele esfregou a mão na testa. Ainda estava meio tonto. “Hospital?”
“Sim. Você saiu ontem à noite. Lembra?”
Ele olhou pra mãe, completamente confuso. “Não”.
Ela suspirou profundo e sorriu pra ele.
“Tudo bem. O que importa é que está bem..”
Ela ajustou a cama do filho e ergueu o corpo dele. “Está com fome? A enfermeira trouxe o seu café d manhã”. Ela ajeitou a bendeja. Ele fez uma cara estranha. Ficou alguns segundos olhando para badeja, tentando lembrar o que tinha acontecido. Nada. A mente dele estava vazia. Aquela sensação era muito esquisita.
“Mãe, porque eu vim parar num hospital?”
Ela posicionou o copo de suco próximo à boca dele. “Você estava doente? Não lembra?”. Ela evitou os olhos dele. “Aquela gripe forte. Você é muito teimoso. Não me obedeceu e ficou pior”.
Ele continuou tentando bucar na memória alguma coisa da noite anterior. Nada ainda. “Mas mãe, foi só uma gripe” ele disse. Lila suspirou.
“Você bebeu ontem à noite. Saiu para um festa, não sei e bebeu”
Ele começou a sentir uma dor de cabeça. Talvez a memória estivesse voltando. “Sim. Eu saí. Claro. Agora lembrei. Saí com o Jiyong e a ....”, ele foi interrompido com alguém batendo na porta.
Lila abriu a porta. Era Sandara. As duas se olharam espantadas. Sandara tremeu o corpo. Estava nervosa demais para falar alguma coisa. “Você é a Sandara?”. Lila encarou a garota. Era como se ela estivesse analisando cada parte do corpo dela. Até que a mãe de Seunghyun sorriu tímida pra ela.
Sandara ficou encolhida. Parecia uma criança com medo. Ela reverenciou a mãe dele. “Bom dia, senhora! Desculpa atrapalhar”. Ela falou envergonhada. Lila continuou encarando. Incrível! A mãe de Seunghyun tinha os mesmo olhos do filho. Só que mais cansados. Ela era bonita, de traços finos, mas um pouco abatida. A voz dela era meiga.
“Pode entrar...”, ela falou. Sandara atravessou a porta devagar. O coração bateu tão feliz ao ver que ele estava bem melhor. O rosto não estava pálido.
“Dara!!!”, ele falou de um jeito encantador. Lila observou a reação do filho. “Que bom que está aqui!”, ele disse. Sandara ficou tímida. Era engraçado o jeito que ele olhava pra ela. Sempre com aquele olhar negro apaixonante. Mesmo depois de ter quase... Melhor nem falar essa palavra! Mesmo doente ele continuava tão lindo. Ela permaneceu tímida. Lila quebrou o silêncio. “Quer café, Sandara? Vou até a cantina pra comprar..”. Sandara demomou alguns segundos para responder.
“Err, n-não, obrigada!”
“Tudo bem! Volto depois”
Lila saiu do quarto.
Sandara suspirou. Seunghyun observou o jeito tímido dela. “Você está muito longe, Dara!”, ele disse.
Ela se aproximou dele. Tocou a mão dele. Ela segurou firme. “A sua sogra é legal. Não tenha medo dela. É que ela é um pouco ciumenta”. Sandara franziu a testa.
“Seunghyun...”
Ele sorriu. Mas logo sem seguida fez uma cara de dor. “O que foi? Está tudo bem?”.
“A minha cabeça dói tanto. Dara, diga-me. O que aconteceu ontem a noite. A única coisa que lembro foi que...” ele parou de falar ao ver as marcas nas mãos.
“O que é isso?”
“Houve uma briga...Você estava bêbado...”
“Eu briguei? Com quem?”
“Não sei...”
Ele olhou pra ela. Ela tentou parecer forte.
“O que eu fiz, Dara? Me fala...”
Sandara tentou permanecer firme.
“Você estava com uma garota...”
“Eu? Com uma garota? M-mas....Espera, agora lembrei. Nós dois ficamos juntos. Sim! Ficamos juntos. Essa parte eu lembro”, ele disse dando um pequeno sorriso.
“Nós brigamos! E você encontrou alguém..”
Ele franziu a testa. Se esforçou pra lembrar. Nada novamente.
“Juro que não lembro dessa garota. Você a viu?”
“N-não. Não vi. Foi o Pete que viu e falou pra gente”
Ela ficou séria. Ele notou a expressão triste dela.
“Dara? Eu fiz isso com você?...”
“Você estava zangado. Sumiu no meio da multidão”
“Não consigo lembrar...Droga! O que aconteceu? Sinto como se tivessem arrancado metade das minhas lembraças..”
Sandara tocou o rosto dele com carinho. Ele sorriu pra ela. “O que isso importa? Você está aqui. E eu fico feliz por isso”, ela disse.
“Se eu te fiz alguma coisa, você me perdoa?”, ele disse com uma voz rouca. Sandara sentiu o corpo tremer.
“Claro que sim!”, ela disse. Até que ele tocou levemente no braço dela. O corpo dela ficou arrepiado. Ele a puxou devagar para mais perto do corpo dele. Ela sentiu a respiração dele. Alguns centímetros separavam os lábios deles. Os cabelos dela caíram sobre o rosto dele. “Está tão bonita..”, ele disse. Ela fechou os olhos. Mas algo interrompeu aquele momento.
O médico entrou no quarto. Sandara ficou vermelha. “Como está o Seunghyun?”. As enfermeiras o examinaram e analisaram a ficha dele. Sandara se afastou.
Lila e Ryun também entraram no quarto. Eles conversaram sobre a recuperação dele. Em nenhum momento falaram sobre a doença pra ele. Lila, às vezes lançava olhares para Sandara, que ficava tímida.
O médico disse que Seunghyun ficaria no hospital mais um dia. Ele resmungou e a mãe dele novamente conversou com as enfermeiras.
Sandara ficou ali por algumas duas ou três horas. Até que ela viu o relógio de levou um susto. “Nossa! Já é tarde! Tenho que ir pra casa”.
“Já vai? Tão cedo?...”, disse Seunghyun de um jeito fofo. Sandara tentou resistir àquele olhar.
“Tenho que ir. A minha avó está sozinha..”
“Ah, então tudo bem. Manda um beijo pra ela. Diz que eu tô bem”
“Direi sim..”
Sandara se aproximou dele.
“Ah, quase ia esquecendo, Seunghyun! Os seus documentos. Eles ficaram comigo. Aqui estão!”, ela disse retirando-os da bolsa. “E o seu celular também”. Ela entregou a ele.
“Ei, Dara? E o Jiyong? Porque ele não veio?”
Ela ficou alguns segundos em silencio.
“Ele estava aqui ontem à noite”
“Ah sim...Diz pra ele que ele não vai se livrar de mim tão cedo!”
Ela sorriu.
“Tá certo! Vou dizer. Agora, tenho mesmo que ir..”
Seunghyun segurou a mãe dela. Ela ficou envergonhada. A mãe dele estava ali, vendo tudo. “Ah, Dara! Você vai vir amanhã, não vai?” aqueles olhos estavam olhando pra ela. O que fazer diante daquele olhar?
“Sim”
Ele soltou a mão dela. Lila e Sandara se entreolharam. E as duas sorriram uma pra outra.
“Obrigada por vir, Samdara!”, disse Lila.
“Não precisa agradecer... Eu faria qualquer coisa para ele...”, ela disse. Disse sem pensar. Como ela pôde dizer aquilo? Sandara não acreditou nas próprias palavras.
“Eu sei..Venha, eu acompanho você até a saída!”
As duas saíram do quarto.
Lila tocou no ombro de Sandara.
“Dara... Obrigada! Você salvou o meu filho!”
“N-não precisa agradecer, senhora..”
“Sim! Nossa, que coisa. Finalmente conheci você”
Sandara não conseguiu esconder a timidez. “Err, fiquei feliz em conhecer a senhora também. Pena que foi nessas circunstâncias..”
“Verdade...Dara, você.... Você é tão especial!”
Sandara ficou realmente vermelha.
“O- o que a senhora disse?..”
“Disse que você é especial. A garota mais especial que já vi”
“A-a senhora...”
“De todas as garotas que o Seunghyun já teve, digo que foram muitas, você é mais especial de todas. Se importa realmente com ele”
“E-eu gosto muito dele...”
“Eu sei. Ele também gosta muito de você..”
O coração de Sandara estava batendo forte novamente.
“Eu queria muito que o meu filho tivesse conhecido você antes...Antes de envolver com aquela garota..”
“Mas ele vai ter um filho com ela...Eles vão se casar.” Sandara ficou com a cabeça baixa. “E tem um outro detalhe muito importante”.
“Qual?”
“Err... Uma coisa ...”
Lila ficou confusa.
“Não fique com medo, Sandara. Podemo ser amigas se quiser..”
Ela engoliu seco. Não conseguia falar. Ficou engasgado na garganta. Como dizer à mãe do Seunghyun que ela era pobre e morava na periferia? Ela ficou em silêncio.
“Eu tenho que ir, senhora. Está tarde”
“Tudo bem”
Sandara caminhou lentamente.
Ela estava no meio do corredor quando escutou a seguinte frase.
“Ele te ama!”
Elas se olharam uma ultima vez, até que Sandara atravessou a porta de saída.
“Ele me ama!”, aquela frase ficou batendo em compasso com o coração dela. “Ele me ama!”. Sim! Era verdade. Seunghyun amava Sandara!
“Não, não! Isso é loucura. Ele vai casar com a Minji e ter um filho com ela!”, ela pensou.
Que vontade imensa ela sentiu de voltar para ficar com ele.
.......
O dia seguiu tranquilo. Tranquilo até demais. Sandara ligou umas 20 vezes para o celular o Jiyong e estava dando caixa postal direto. Vovó May ficou feliz demais ao saber que Seunghyun estava bem e que iria receber alta no dia seguinte. Fez um bolo gigante de chocolate com calda de chocolate derretido e disse que era pra ele. Sandara achou aquilo um absurdo, um bolo daquele tamanho. Mas ao mesmo tempo achou a coisa mais fofa do mundo. Vovó May fez planos para que ele saísse do hospital. Disse que queria levá-lo ao parque onde constumava passear. E que cozinharia pra ele todos os dias se ele quisesse. Vovó May era oficialmente a fã número um de Seunghyun!
A noite estava caindo quando Sandara se arrumou para sair.
“Vai sair, Dara?”, perguntou vovó May.
“Sim”
“Vai ao hospital?”
“Não. Tenho que fazer uma coisa muito importante. Não vou demorar”
Ela saiu misteriosa.
Pegou um táxi e seguiu para o endereço que estava no papel.
Quando o táxi parou em frente a uma casa.
Ela pediu que o motorista ficasse esperando e desceu do carro.
Antes mesmo que ela tocasse a campainha, outro carro parou na frente da casa. Ela esperou até que alguém desceu do carro.
Minji!
Sandara observou o andar vulgar da garota.
Minji esvtava distraída, de cabeça baixa. Mexendo nos cabelos.
Com aquele sorriso cínico de sempre.
“Onde estava ontem à noite, Minji?”
Minji se assustou.
“Sandy? O que você está fazendo aqui? Está perdida?”
“Sabia que o Seunghyun está no hospital?”
“Quê? Meu Seunghoney? O que houve com ele? O que você fez com ele?”
“Porque você desligou o seu celular? Não queria ser encontrada. Liguei pra sua casa e disseram que você não estava”
“Desde quando eu tenho que te dar satisfação da minha vida? Quem te deu o numero da minha casa?”
“Não interessa! O que você anda aprontando, heim, Minji?”
“Escuta aqui, Sandy santinha! O que eu faço da minha vida não é problema seu!..”
Alguém saiu na porta. Era Song, a irmã mais nova de Minji.
“Minji? Deixaram uma encomenda pra você... Ah, o Shon ligou e...”, disse Song. Ela viu Sandara e voltou para dentro de casa.
“Bom, já dei o meu recado. Boa Noite, Minji!”
“Ei, espera, aí, queridinha. Onde pensa que vai? Não pensa que vai sair de fininho sem antes escutar umas poucas e boas..”
“Ah, eu não preciso mais ficar aqui, Minji! O Seunghyun vai querer saber porque a noiva dele não deu as caras no hospital. Hmm, deixa ver. Porque será? Porque ela tava por aí com não sei quem..”
Sandara andou até o táxi. Minji ficou furiosa.
“O que vocÊ disse? Volta aqui, Sandara! Por acaso não vai me dizer em qual hospital ele está? Droga! O que aconteceu?”
Sandara abriu a porta do carro e deu um sorriso tímido.
“Ah, que pena! Não sei dizer.. Deve ser porque estávamos juntos ontem, então, eu devo ter esquecido o endereço...”
Ele entrou o táxi.
Minji quase teve um ataque de ódio.